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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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DOSSIÊ CARIBE

Documentos sugeriam existência de contas ilegais de políticos tucanos

PF indicia Collor por "fabricar" provas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após meses de tentativas frustradas para localizar o ex-presidente Fernando Collor de Melo, a Polícia Federal indiciou o político em janeiro por crimes contra a ordem financeira no inquérito que investiga os envolvidos na farsa do Dossiê Caribe.
O dossiê é uma montagem de papéis falsos que sugeriam a existência de empresas e contas bancárias em paraísos fiscais em nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do ex-senador José Serra, do ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta e do governador Mário Covas, todos do PSDB. Motta morreu em 1998 e Covas, em 2001.
A Folha tentou falar com Collor ontem, mas foi informada de que ele estava viajando.
Além de Collor, outras 15 pessoas, entre elas seu irmão Leopoldo, foram indiciadas pela PF. O ex-presidente responde por crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele mantinha no exterior, segundo a PF, contas não declaradas às autoridades.
O despacho do delegado Paulo de Tarso Teixeira indiciando Collor é de julho do ano passado, mas o fato só aconteceu em janeiro por dificuldades de localizá-lo. Em julho, os advogados de Collor pediram à PF que evitasse o indiciamento durante o período eleitoral. O ex-presidente concorreu ao governo estadual de Alagoas.
O procedimento policial ficou, então, embargado até outubro, quando recomeçaram as buscas para notificação.
Advogados e familiares de Collor informaram que ele estaria em Maceió (AL). De lá, teria viajado para São Paulo, depois Rio de Janeiro, de onde teria partido para uma praia deserta e, finalmente, para uma ilha deserta.
Collor, Leopoldo e Luiz Cláudio Ferraz da Silva, emissário dos irmãos, foram indiciado por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Eles pagaram US$ 2,2 milhões pelo dossiê em transação considerada ilegal.
O dinheiro saiu de uma conta das Bahamas, de propriedade da Eagle, sediada no Uruguai. Leopoldo Collor disse à PF que respondia pela empresa mas desconhecia essa remessa específica.
Além do casal, também foram indiciados o pastor Caio Fábio, o empresário Oscar de Barros e os idealizadores do dossiê: Ney Lemos dos Santos, João Roberto Barusco e Honor Rodrigues da Silva, preso no México. O ex-diretor-geral da PF, Vicente Chelloti responderá por prevaricação e outros crimes.


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