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DOSSIÊ CARIBE
Documentos sugeriam existência de contas ilegais de políticos tucanos
PF indicia Collor por "fabricar" provas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após meses de tentativas frustradas para localizar o ex-presidente Fernando Collor de Melo, a Polícia Federal indiciou o político
em janeiro por crimes contra a ordem financeira no inquérito que
investiga os envolvidos na farsa
do Dossiê Caribe.
O dossiê é uma montagem de
papéis falsos que sugeriam a existência de empresas e contas bancárias em paraísos fiscais em nome do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, do ex-senador José Serra, do ex-ministro das
Comunicações Sérgio Motta e do
governador Mário Covas, todos
do PSDB. Motta morreu em 1998
e Covas, em 2001.
A Folha tentou falar com Collor
ontem, mas foi informada de que
ele estava viajando.
Além de Collor, outras 15 pessoas, entre elas seu irmão Leopoldo, foram indiciadas pela PF. O
ex-presidente responde por crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele mantinha no
exterior, segundo a PF, contas não
declaradas às autoridades.
O despacho do delegado Paulo
de Tarso Teixeira indiciando Collor é de julho do ano passado, mas
o fato só aconteceu em janeiro por
dificuldades de localizá-lo. Em julho, os advogados de Collor pediram à PF que evitasse o indiciamento durante o período eleitoral. O ex-presidente concorreu ao governo estadual de Alagoas.
O procedimento policial ficou,
então, embargado até outubro,
quando recomeçaram as buscas
para notificação.
Advogados e familiares de Collor informaram que ele estaria em
Maceió (AL). De lá, teria viajado
para São Paulo, depois Rio de Janeiro, de onde teria partido para
uma praia deserta e, finalmente,
para uma ilha deserta.
Collor, Leopoldo e Luiz Cláudio
Ferraz da Silva, emissário dos irmãos, foram indiciado por evasão
de divisas e lavagem de dinheiro.
Eles pagaram US$ 2,2 milhões pelo dossiê em transação considerada ilegal.
O dinheiro saiu de uma conta
das Bahamas, de propriedade da
Eagle, sediada no Uruguai. Leopoldo Collor disse à PF que respondia pela empresa mas desconhecia essa remessa específica.
Além do casal, também foram
indiciados o pastor Caio Fábio, o
empresário Oscar de Barros e os
idealizadores do dossiê: Ney Lemos dos Santos, João Roberto Barusco e Honor Rodrigues da Silva,
preso no México. O ex-diretor-geral da PF, Vicente Chelloti responderá por prevaricação e outros crimes.
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