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ELEIÇÕES 2004
Aliança na disputa paulistana incluiria ainda o PDT e o PPS; objetivo do bloco é contrapor-se a Serra, Marta e Maluf
Erundina articula "4ª via" com PMDB em SP
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dirigentes do PMDB, PSB, PDT
e PPS se reunirão nesta segunda-feira em São Paulo para discutir a
viabilidade de uma aliança entre
eles na eleição paulistana. A intenção é criar uma "quarta via".
Ou seja, formar uma frente ampla para tentar evitar que o debate
eleitoral paulistano só gire em torno de José Serra (PSDB), Marta
Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PP),
como tem acontecido até agora.
O ex-ministro Serra, a prefeita
Marta e o ex-prefeito Maluf tiveram, de longe, maior intenção de
voto na pesquisa Datafolha publicada no último domingo em relação aos demais pré-candidatos. O
tucano liderou com 26%. Marta e
Maluf obtiveram 20% cada um.
Membros do PMDB, PSB, PDT
e PPS temem ficar fora da mídia e
do debate eleitoral se não se unirem. Caso vingue a idéia de aliança, o segundo e mais difícil passo
será discutir a cabeça da chapa.
Hoje, o nome mais forte é o da ex-prefeita e deputada federal Luiza
Erundina (PSB), que teve 11% no
Datafolha -uma marca, por sua
vez, bem superior às dos pré-candidatos de PMDB, PDT e PPS.
O sindicalista Paulo Pereira da
Silva (PDT), o Paulinho, marcou
3%. O presidente nacional do
PMDB, Michel Temer, obteve 1%.
E o deputado estadual Arnaldo
Jardim (PPS) não chegou a 1%.
Apesar de a posição na pesquisa
fazer de Erundina a favorita para
encabeçar a chapa, outros nomes
não estão descartados. "Não queremos discutir nomes agora porque atrapalha. Primeiro, é hora de
formar a frente de centro-esquerda para dar alternativa a quem
quer discutir os problemas da cidade", diz a própria deputada.
A idéia nasceu numa conversa
dela com Temer, na semana passada. O pré-candidato peemedebista sugeriu a ampliação de uma
eventual aliança e procurou Paulinho, com quem tomou café da
manhã ontem. "Se fizermos uma
discussão que deixe a escolha do
nome para um segundo momento, a frente dará certo e encontrará
espaço na eleição", afirma Temer.
Presença de caciques
Após falar com o pré-candidato
do PDT, Temer conversou por telefone com o presidente nacional
do partido, Leonel Brizola, que
aceitou na hora ir ao encontro de
segunda. O peemedebista também convidou Orestes Quércia,
presidente do PMDB paulista e
político que controla o partido no
Estado, que confirmou presença.
Erundina, por sua vez, entrou
em contato com os presidente do
seu partido, Miguel Arraes, e do
PPS, Roberto Freire. "O Arraes
gostou da idéia e me disse que
vem para a reunião de segunda. O
Freire falou que estará no exterior, mas disse que mandará um
representante do PPS", disse.
"O Serra, que vai defender o governo FHC, e a Marta, que vai defender o governo Lula, são as duas
faces de uma mesma moeda.
Querem fazer da prefeitura trampolim para projetos futuros e deixarão os problemas da cidade em
segundo plano", ataca Erundina.
Segundo ela, Marta quer um vice do PT em sua chapa para poder
deixar a prefeitura e disputar o
governo do Estado em 2006, o que
a prefeita nega. A pré-candidata
do PSB diz que Serra também
pretende concorrer ao governo
paulista ou à Presidência em 2006,
o que o tucano também nega.
Para Temer, a eventual união
dessas quatro legendas criaria um
"fato de impacto" capaz de entrar
no debate entre Marta, Serra e
Maluf. Mais: uma eventual aliança daria tempo de TV suficiente
ao candidato para tentar reverter
a desvantagem em relação aos
três postulantes mais bem posicionados na pesquisa Datafolha.
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