São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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Para MST, FHC está na defensiva

da Reportagem Local

Para as lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), as declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso, qualificando alguns saques no Nordeste de exemplos de "desordem" e "baderna", foram um sinal de que ele está na "defensiva".
FHC chegou a dizer que os representantes do MST que invadiram agências bancárias no Paraná atuaram como "assaltantes".
"Essa entrevista mostra que o presidente quer recuperar a todo custo sua popularidade. Ele precisa parar de falar besteira e fazer alguma coisa", disse Jaime Amorim, principal líder do movimento em Pernambuco.
"O pessoal só ocupa bancos porque o crédito agrícola não chega", afirmou ele.
Amorim garante que o MST vai continuar apoiando os "confiscos de alimentos" e que o ritmo será ainda mais acelerado.
Na opinião de José Rainha Júnior, líder do MST no Pontal do Paranapanema (oeste de São Paulo), a postura do presidente "só atrapalha o entendimento".
"O problema da fome não se resolve com discurso e com violência. Só podemos resolver isso com o diálogo, com comida e com medidas concretas do governo federal", disse Rainha.
Os dirigentes do MST reagiram com indiferença à ameaça do ministro Raul Jungmann de excluir do cadastramento nacional de assentamento as famílias que participaram de invasões de terra.

Ameaça
O MST tem utilizado a tática da ameaça aos prefeitos para receber cestas básicas, lonas e medicamentos, segundo apurou a Agência Folha.
Primeiro uma comissão vai até a prefeitura e faz a reivindicação. Caso o pedido não seja atendido, organiza-se o saque.
"A gente vai lá e pede. Se eles não dão, aí, se a gente for pegar a comida, ninguém pode dizer que a culpa é do MST", disse Sebastião.


Colaborou a Agência Folha, em Recife


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