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Para MST, FHC está na defensiva
da Reportagem Local
Para as lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), as declarações do
presidente Fernando Henrique
Cardoso, qualificando alguns saques no Nordeste de exemplos de
"desordem" e "baderna", foram um sinal de que ele está na
"defensiva".
FHC chegou a dizer que os representantes do MST que invadiram agências bancárias no Paraná
atuaram como "assaltantes".
"Essa entrevista mostra que o
presidente quer recuperar a todo
custo sua popularidade. Ele precisa parar de falar besteira e fazer alguma coisa", disse Jaime Amorim, principal líder do movimento
em Pernambuco.
"O pessoal só ocupa bancos
porque o crédito agrícola não chega", afirmou ele.
Amorim garante que o MST vai
continuar apoiando os "confiscos
de alimentos" e que o ritmo será
ainda mais acelerado.
Na opinião de José Rainha Júnior, líder do MST no Pontal do
Paranapanema (oeste de São Paulo), a postura do presidente "só
atrapalha o entendimento".
"O problema da fome não se resolve com discurso e com violência. Só podemos resolver isso com
o diálogo, com comida e com medidas concretas do governo federal", disse Rainha.
Os dirigentes do MST reagiram
com indiferença à ameaça do ministro Raul Jungmann de excluir
do cadastramento nacional de assentamento as famílias que participaram de invasões de terra.
Ameaça
O MST tem utilizado a tática da
ameaça aos prefeitos para receber
cestas básicas, lonas e medicamentos, segundo apurou a Agência Folha.
Primeiro uma comissão vai até a
prefeitura e faz a reivindicação.
Caso o pedido não seja atendido,
organiza-se o saque.
"A gente vai lá e pede. Se eles
não dão, aí, se a gente for pegar a
comida, ninguém pode dizer que a
culpa é do MST", disse Sebastião.
Colaborou a Agência
Folha, em Recife
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