DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), tem recorrido cada vez mais ao deboche para reagir às acusações feitas contra ele quase diariamente pela imprensa. Ontem, disse que o espião inglês James Bond, o 007, e a heroína de histórias em quadrinhos Mulher Maravilha participaram do encontro que ele teve em Brasília com o empresário José Osmar Borges, considerado o maior fraudador da Sudam. "Nós até jantamos", afirmou, irônico, quando chegou ao Senado.
Jader manteve o mesmo tom ao ser questionado sobre denúncias publicadas ontem no "Jornal do Brasil" de que teria participação em conta no exterior, de um sócio de Borges. "Me lembro dessa conta. Ela foi aberta com Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, e com o Bill Gates, da Microsoft. Agora é que eu me recordo."
O presidente do Senado assume -e justifica- seu comportamento debochado. "De denúncia séria, eu trato seriamente. Agora, molecagem tenho que tratar fazendo pilhéria", afirmou.
Bombardeado com acusações pela imprensa desde que se envolveu em um confronto com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Jader diz que precisa manter o bom humor.
Mas essa postura não é nova no peemedebista. No ano passado, quando a revista "Veja" publicou reportagem levantando suspeitas sobre o aumento do seu patrimônio, Jader também preferiu o deboche ao fornecimento de dados para rebater as insinuações.
Como líder da bancada do PMDB, cargo que exercia na época, ele convocou entrevista coletiva e anunciou que havia registrado em cartório duas procurações: uma autorizando a revista a vender seu patrimônio por R$ 30 milhões e a outra dizendo que o repórter que escreveu a reportagem poderia ficar com um percentual do valor obtido com a negociação. Diante de jornalistas perplexos, encerrou a entrevista e mandou sua assessoria distribuir bombons de cupuaçu a todos.
O ex-senador também tem utilizado sua página na internet para rebater as acusações (www.jaderbarbalho.com.br).


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