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Corrupção permanece alta no país, afirma levantamento mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
A percepção sobre a corrupção
no Brasil se mantém estável desde
1999, segundo pesquisa mundial
divulgada ontem pela organização Transparência Internacional.
De acordo com o levantamento, o
Brasil é o 46º país mais honesto.
Era o 49º na pesquisa de 2000.
O levantamento, feito em 91 países, apresenta uma escala de zero
a dez. Quanto menor a nota,
maior a percepção da corrupção.
É baseado na opinião de investidores, funcionários de multinacionais e analistas estrangeiros.
O Brasil recebeu nota 4,0 -
considerada ruim. São classificados como países pouco corruptos
os que tiveram índice acima de
7,0. No ano passado, a nota brasileira foi de 3,9. Em 1999, foi 4,1.
"Isso significa que, apesar de todas as denúncias de escândalos, a
sensação é que quase nada mudou no combate à corrupção no
Brasil nos últimos anos", disse
Eduardo Capobianco, presidente
da ONG Transparência Brasil.
No ranking da honestidade da
América do Sul, o Brasil está abaixo do Chile (que recebeu nota similar à dos EUA), do Uruguai e
do Peru (que nos próximos meses
vai julgar o ex-assessor presidencial Vlademiro Montesinos pelo
desvio dos cofres públicos de quase US$ 500 milhões).
Pelo segundo ano consecutivo,
a Finlândia foi considerada o país
mais honesto, seguida da Dinamarca e da Nova Zelândia. Bangladesh é o pior do ranking.
Na divulgação dos índices, a seção brasileira da Transparência
Internacional cobrou a ratificação
pelo Congresso de um tratado da
Organização dos Estados Americanos permitindo a extradição de
acusados de corrupção.
"No Brasil, as pessoas tem uma
sensação de que corrupção é um
problema moral. Não é. É um
problema dos mecanismos do Estado. Existe uma relação muita
clara mostrando que, quanto pior
é o funcionamento do Poder Judiciário, maior é a corrupção no
país. Se a ação do corrupto for dificultada, a corrupção diminui",
afirmou o secretário-geral da
Transparência Brasil, Cláudio
Werner Abramo.
A pesquisa da organização não
contabiliza pesquisas de opinião
pública, apenas levantamentos
seletivos. É uma compilação de
outros levantamentos anuais sobre honestidade feitos por organismos como o Banco Mundial e
o Fórum Econômico Mundial e
empresas de auditoria como a
PricewaterhouseCoopers.
Para chegar à nota final do Brasil, a Transparência Internacional
levou em consideração pesquisas
de cinco fontes diferentes.
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