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SUCESSÃO NO ESCURO
Ato lembra o de Paes de Andrade
Aécio aproveita Presidência para fazer política em Minas Gerais
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O deputado Aécio Neves
(PSDB-MG) é presidente por menos de 72 horas, mas quer deixar
sua marca. Pelo menos "junto ao
povo de Minas Gerais", trazendo
ecos de outros ocupantes passageiros da Presidência da República que tentaram prestigiar suas
regiões de origem -a lembrança
de do deputado Paes de Andrade
é imediata. No dia 24 de fevereiro
de 1989, o deputado Paes de Andrade (PMDB-CE) aproveitou
sua interinidade para levar, no
Boeing presidencial, uma comitiva de 63 pessoas a Mombaça, sua
cidade natal.
Aécio concedeu ontem entrevista exclusiva à rádio mineira
Itatiaia. "Aproveito para prometer resgatar, antes de devolver o
cargo a Fernando Henrique Cardoso, uma dívida histórica do governo federal e do país [em relação a uma das regiões mais pobres de Minas Gerais"".
Aécio, pré-candidato ao governo mineiro em 2002, não quis
adiantar o teor da medida, mas
disse que o ato estaria sendo negociado com a Casa Civil, com a
Secretaria-geral da Presidência e
com o ministro da Integração Nacional, Ramez Tebet (PMDB).
A Agência Folha apurou que
uma das medidas estudadas é a
inclusão nos cadastros da Agência de Desenvolvimento do Nordeste -que substituiu a Sudene
(Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste)- dos 23
municípios do vale do Mucuri, no
nordeste de Minas, uma das regiões mais pobres do Estado.
O ato de Aécio, caso haja acordo, estava previsto para ser anunciado hoje pela manhã.
"Tenho certeza de que farei isso
com o sentimento voltado para
Minas Gerais, para a minha terra", disse à rádio mineira.
Apesar de ser natural de Belo
Horizonte, Aécio foi o segundo
deputado federal mais votado nos
vales do Mucuri e Jequitinhonha,
nas eleições de 1998, tendo recebido, na região, 37.225 votos, que
representaram 20% de sua votação total no Estado.
O deputado procurou na entrevista ressaltar que seus três dias
na Presidência seriam voltados,
prioritariamente, para questões
de seu Estado.
"Eu cumpro a interinidade da
Presidência da República com a
liturgia que o cargo merece, mas,
sempre, permanentemente, com
os olhos voltados para minha Minas Gerais", disse.
Embora não tenha declarado
abertamente sua candidatura ao
governo do Estado, dizendo que,
por enquanto, não é postulante a
nada, o presidente interino assinalou que seu caminho em 2002
passa, "inexoravelmente", por
Minas Gerais.
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