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SÃO PAULO
Ligado a Orestes Quércia, escritor é do grupo de oposição à aliança com o PSDB de Serra e diz que votará em Lula
PMDB lança Fernando Morais ao governo
LIA HAMA
DA REDAÇÃO
Numa decisão inesperada, o
PMDB anuncia hoje o jornalista e
escritor Fernando Morais, 55, como candidato da sigla ao governo
de São Paulo. Morais substitui
Airton Sandoval, que havia sido
indicado em convenção estadual
no dia 16 para encabeçar a chapa
na disputa ao governo do Estado.
A indicação de Sandoval, vice-presidente do PMDB paulista, havia sido simbólica, obedecendo a
uma exigência formal da Justiça
Eleitoral para que o partido garantisse seu tempo no horário
gratuito de TV e de rádio.
Em entrevista à Folha, Morais,
que pertence ao grupo de oposição à aliança do PMDB com o
PSDB à Presidência, afirmou que
não dará palanque ao candidato
tucano José Serra em São Paulo. E
declarou seu voto a Luiz Inácio
Lula da Silva (PT). "Meu candidato a presidente é o Lula."
O escritor nega que seja um "laranja" e que sua candidatura seja
apenas uma forma de dar tempo
de TV ao ex-governador de São
Paulo Orestes Quércia, de quem é
afilhado político. "Você acha que
eu largaria meus livros, meus projetos pessoais e minha família para fazer uma disputa simulada?
Minha candidatura é para valer.
Vou ganhar a eleição", afirmou.
O grupo peemedebista ligado a
Quércia defendia uma aliança do
partido com o PT. "Tentamos
uma candidatura própria à Presidência, perdemos. A alternativa
seguinte era apoiar Lula. Não deu
certo. Uma terceira opção era
uma aliança branca com o PT em
São Paulo. Não lançar candidato e
apoiar [José" Genoino. Também
não deu certo. Depois disso, amadureceu a idéia de uma candidatura própria no Estado."
A candidatura de Morais será
lançada hoje pela Executiva estadual do PMDB paulista, às 10h, na
sede do partido, em São Paulo.
Além de Morais, será lançado o
nome de Quércia para a disputa
ao Senado. Já são candidatos ao
governo paulista: Paulo Maluf
(PPB), José Genoino (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
Convite
Segundo Morais, o convite para
a disputa partiu do próprio Quércia, na terça-feira. "Pedi um tempo para pensar, para consultar
minha mulher e minha filha. Ontem [anteontem", no final do dia,
bati o martelo." O escritor diz que
o partido já vinha o sondando há
algum tempo. "Eu vinha resistindo por causa dos meus projetos
pessoais. Mas não sou apenas escritor, tenho gosto pela política."
Morais foi deputado estadual
pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), de 79 a 83 e de
83 a 87. Foi secretário da Cultura
no governo Quércia (1987-1991) e,
em 1998, foi candidato a vice na
chapa de Quércia ao governo do
Estado. É autor de best-sellers como "A Ilha", "Olga" e "Chatô".
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