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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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Petistas pedem apoio às propostas

Sérgio Lima/Folha Imagem
João Paulo, Lula, José Genoino, José Dirceu e Jorge Bittar durante encontro nacional de vereadores e deputados estaduais do PT


LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

Integrantes do governo, inclusive o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e lideranças do PT aproveitaram a abertura do Encontro Nacional de Vereadores e Deputados Estaduais da legenda, ontem em Brasília, para cobrar unidade partidária e apoio às propostas federais, principalmente para as reformas da Previdência e tributária. Os que discursaram insistiam que o PT era governo e era um partido do debate, mas que "no final, vota unido".
O ministro José Dirceu (Casa Civil) foi enfático na defesa da política econômica e voltou a dizer que estão criando bases sólidas para o país se desenvolver. "Estabilizamos a economia, apesar do superávit primário, das metas de inflação e dos juros. [...] Nós aumentamos em apenas 0,5% o superávit e os juros em um ponto. O que estamos vivendo hoje é parte da herança que recebemos."
Dirceu lembrou da trajetória do partido. "Tenho saudades do PT, sinto-me emocionado de estar aqui e tenho até vontade de voltar, Genoino, mas não para a presidência", brincou Dirceu, que é ex-presidente da legenda, ao dizer que sentia falta das reuniões e dos debates do PT.
Já a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, tentou justificar críticas de que faltaria coerência entre o que foi prometido na campanha e o que está sendo feito por Lula.
"Nossa herança foi muito dura e a política econômica que Vossa Excelência, companheiro Lula, está, com enorme coragem, dando sustentação é a política mais difícil de fazer, porque é contra tudo o que achamos que devia ser feito meses atrás", afirmou ela.
Marta também deu apoio ao governo. "Sabemos que não é fácil. Na maior cidade do Brasil [São Paulo] também enfrentamos oposição e dificuldades", disse ela, anunciada como a atual e futura prefeita de São Paulo, referência às eleições municipais de 2004. Lula já a havia lançado anteriormente. Marta concluiu o discurso dizendo ao presidente: "Somos o seu time, a sua tropa e conte com cada um de nós".
Discursaram também o vereador de Belo Horizonte Antonio Carlos Pereira, o deputado estadual Cândido Vacarezza (SP), o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (SP), o presidente do partido, José Genoino, e Lula.
Segundo a organização do evento, 1.650 pessoas estavam credenciadas, sendo 980 vereadores e 87 deputados estaduais. Também estavam presentes 11 ministros (dois interinos), deputados federais e senadores.
A preocupação dos integrantes da mesa de abertura em ressaltar os supostos avanços do governo Lula e atribuir os pontos negativos ao governo anterior se deve à proximidade das eleições municipais, no ano que vem. Parte dos vereadores e deputados estaduais presentes deve se candidatar e estão receosos de apoiar medidas impopulares, como a contribuição de inativos prevista na reforma da Previdência.
Genoino, que fez o mais longo discurso depois do de Lula, falou da importância do PT votar unido. João Paulo Cunha fez um balanço do governo, principalmente da economia: "O Brasil vinha da relação internacional de cócoras".


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