São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Sem PSB, Lula perde 2 minutos por dia

Presidente insiste em aliança para evitar que Alckmin tenha vantagem de cerca de 15 minutos semanais em rádio e televisão

Programa eleitoral gratuito de candidatos a presidente terá dois blocos de 25 minutos às terças, quintas e sábados, além de inserções


MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A dois dias do fim do prazo para o lançamento de candidatos ao Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca, por meio de um difícil apoio formal do PSB, mais aproximadamente seis minutos semanais de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Se a aliança falhar, a vantagem do adversário tucano, Geraldo Alckmin, em relação a Lula aumentará mais de 11 minutos e meio por semana. Nesse cenário, o tucano terá cerca de 15 minutos a mais que o petista.
A diferença se deve à bancada que o PSB tinha na Câmara no primeiro dia dos trabalhos da atual legislatura, em 2003: 28 deputados. Com o PSB na aliança já integrada por PT e PC do B, a diferença entre os dois principais candidatos fica reduzida a cerca de 4 minutos por semana. Daí o esforço de Lula.
A Folha simulou o rateio do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão, que começará em 15 de agosto, com base no resultado, até aqui, das convenções partidárias. Também foi considerada a candidatura do PCO. O prazo para lançar candidatos e formalizar alianças termina na sexta-feira.
De acordo com a legislação eleitoral, os presidenciáveis terão direito a dois blocos de 25 minutos cada um de propaganda no rádio e na televisão toda terça, quinta e sábado, além de seis minutos diários de inserções curtas, de até um minuto cada, inclusive aos domingos.
A propaganda irá ao ar durante quarenta e cinco dias. Esse período se encerra na antevéspera das eleições de 1º de outubro. Tempo de propaganda é uma das armas mais importantes da disputa eleitoral e, para o comando da campanha de Alckmin, a vantagem na divisão do tempo representa a principal chance que o candidato tucano tem para crescer.

O rateio
A terça parte do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão é dividida igualmente entre os sete candidatos ao Planalto. Uma oitava candidatura poderá ser lançada hoje pelo PSC, mas não chegou a ser considerada nas simulações por conta das fortes resistências dentro do próprio partido.
Caso Rogério Vargas dispute a Presidência, ele terá tanto tempo quanto Luciano Bivar, do PSL, partido que também tinha um deputado no início da atual legislatura.
Dois terços restantes do tempo de propaganda eleitoral são divididos com base no tamanho das bancadas. Esse critério garantiu a vantagem de Geraldo Alckmin no rateio porque PSDB e PFL somavam, em fevereiro de 2003, 139 deputados. Mesmo que venha a contar com o apoio do PSB, a aliança em torno de Lula somará, no máximo, 131 deputados.
O PSB decidiu, no último sábado, não formalizar apoio à candidatura à reeleição de Lula. Mas o candidato petista, que chegou a oferecer a vaga de vice na chapa ao partido, ainda investe numa mudança.


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