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Tarso rejeita idéia de FHC e defende investigação ampla
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PT, Tarso
Genro, reagiu ontem às declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), criticando a idéia do
"foco" defendido pelo tucano
sobre as investigações envolvendo o suposto "mensalão".
Segundo o petista, essa estratégia pode dar a entender que
não se quer investigar a "corrupção sistêmica" no Brasil.
Em entrevista coletiva anteontem, FHC disse que a tentativa dos governistas de estender a apuração de denúncias
até fatos ocorridos em sua gestão poderia "tirar o foco" das
atuais investigações envolvendo petistas e a base aliada.
"Pode parecer, quando o ex-presidente Fernando Henrique
coloca que tem de ter foco, que
ele não quer examinar a corrupção sistêmica no Brasil. A
visão "foquista" pode parecer
um habeas corpus preventivo",
afirmou Tarso, que deixa amanhã o cargo de ministro da
Educação. E completou: "Assim como não temos o direito
de julgar o PSDB pelos acontecimentos de Minas, não queremos que julguem o Partido dos
Trabalhadores pela conduta de
alguns militantes".
O presidente do PT se referia
aos documentos que apontam
a transferência de pelo menos
R$ 1,9 milhão da SMPB, agência do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, para
campanhas de mais de 80 políticos mineiros em 1998, a maioria ligada ao então candidato
tucano a governador, o hoje senador Eduardo Azeredo. Atual
presidente do PSDB, Azeredo
nega participação no esquema.
Após cumprir agenda de presidente do PT pela manhã,
quando se reuniu com o ministro Jaques Wagner (Coordenação Política e Articulação Institucional) no Palácio do Planalto, Tarso disse que todos os integrantes do partido estão sujeitos a serem ouvidos na comissão de ética. "Eu mesmo, se
eventualmente for um dia
mencionado a respeito de qualquer irregularidade, posso ser
levado à comissão", disse.
Mas defendeu o ex-ministro
José Dirceu (Casa Civil), dizendo que não há fato comprovado contra o deputado.
(LUCIANA CONSTANTINO)
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