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Reforma trabalhista não vai criar postos de trabalho, diz ministro
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Trabalho, Jaques
Wagner, afirmou ontem que as
reformas sindical e trabalhista
não vão permitir a criação de empregos. A declaração foi dada
quando o ministro participava da
Conferência Estadual do Trabalho em São Paulo, que reuniu representantes dos trabalhadores,
dos empregadores e do governo
para discutir as reformas.
"Não vamos vender ilusão. As
reformas sindical e trabalhista
não vão gerar emprego. Não vamos fazer essa mentira. Já passou
uma década e todos diziam que o
negócio era desregular [o mercado de trabalho]. Na Europa, na
Argentina, por exemplo, as reformas não geraram emprego", afirmou Wagner. "O que gera emprego é crescimento econômico."
De acordo com o ministro, a reforma trabalhista pode "facilitar"
a diminuição da informalidade ao
deixar a folha de pagamento das
empresas mais "liberadas" -mas
também não pode resultar em
"trabalho mais precário".
A reivindicação histórica dos
empresários é flexibilizar a lei para reduzir os encargos. Com isso,
haveria diminuição do trabalho
informal -ao desonerar a folha
de pagamento, as empresas registrariam os funcionários e aumentariam as contribuições para a
Previdência-, além de evitar que
o desemprego aumente.
"Não concordo com isso [a declaração do ministro]. As reformas sindical e trabalhista vão fazer com que o nível de desemprego não seja ampliado", disse o diretor do Departamento Intersindical da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Pedro
Constantino Evangelinos.
(CLAUDIA ROLLI)
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