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JUSTIÇA
Ministros devem manter decisão contra habeas corpus
Julgamento de editor acusado de racismo é suspenso pelo Supremo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O STF (Supremo Tribunal Federal) retomou ontem o julgamento do habeas corpus movido
pelo editor de livros Siegfried Ellwanger, do Rio Grande do Sul,
condenado sob acusação de racismo contra judeus. No entanto, a
decisão foi novamente adiada por
um pedido de vista, agora pelo
ministro Marco Aurélio de Mello.
Carlos Ayres de Britto, o único
ministro a votar ontem, foi favorável à anulação da condenação.
Entretanto, foi mantida a tendência de a maioria negar o habeas corpus. Dos 11 membros do
STF, 9 já votaram, e o placar registrava 7 votos contrários ao pedido
de Ellwanger e 2 a favor quando o
julgamento foi suspenso ontem,
pela quarta vez. O STF está apreciando duas questões jurídicas: se
os judeus são ou não uma raça e se
a publicação de livros com idéias
anti-semitas representa simples
exercício da liberdade de expressão ou extrapola esse direito.
No habeas corpus, o advogado
de Ellwanger, Werner Becker,
sustentou que os judeus não são
uma raça e que, por isso, não teria
havido racismo, mas outro tipo
de crime de discriminação, que
estaria prescrito. Os ministros podem mudar de posição, mas é
pouco provável que isso ocorra.
O TJ-RS condenou o editor a
dois anos de prisão. A pena foi
convertida em prestação de serviços comunitários.
(SF)
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