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PÓS-MARCHA
Presidente lança projeto "Avança Brasil, PPA 2000", que pretende dobrar o valor das exportações
FHC tenta reação e anuncia novo plano
da Sucursal de Brasília
Diante de uma platéia de 300
convidados e de todo o ministério, o presidente Fernando Henrique Cardoso tentará marcar o reinício de seu governo com o lançamento do Plano Plurianual de Investimentos para os próximos
anos, batizado de ""Avança Brasil,
PPA 2000", na terça-feira.
O nome recupera o título do
programa de governo que FHC
apresentou na última campanha
eleitoral. A intenção do Planalto é
mostrar que as promessas de
campanha serão tiradas do papel.
Em julho, o presidente realizou
uma reforma ministerial com as
mesmas finalidades: marcar o início do segundo mandato, afetado
pela crise econômica, e melhorar
a baixa popularidade.
O lançamento do Plano Plurianual é também um contra-ataque
ao protesto popular que FHC enfrentou anteontem. A "Marcha
dos 100 Mil", organizada por partidos de oposição e entidades da
sociedade civil, reuniu entre 40
mil (segundo o governo do Distrito Federal) e mais de 100 mil pessoas (segundo os organizadores).
Projeções feitas pela Folha indicaram cerca de 75 mil pessoas.
"A grande lição que o governo
vai tirar da marcha é que não vai
mais ficar a reboque de fatos criados pela oposição. Vai tomar a
iniciativa da ação política", resumiu ontem o líder do governo no
Senado, José Roberto Arruda
(PSDB-DF).
O Plano Plurianual mantém a
prioridade dada pelo programa
eleitoral ao ajuste fiscal. E dá ênfase especial à meta -praticamente
inatingível- de elevar as exportações de pouco mais de US$ 50
bilhões para US$ 100 bilhões
anuais até o final do governo.
Para contornar a escassez de recursos públicos determinada pelas metas do ajuste fiscal negociado com o FMI (Fundo Monetário
Internacional), o governo espera
contar com dinheiro da iniciativa
privada para bancar os investimentos de infra-estrutura e até
sociais considerados necessários
ao desenvolvimento do país.
A participação da iniciativa privada estimada no plano é maior
que a dos recursos do Orçamento
da União.
Para atrair investimentos privados, o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) pagou cerca de R$ 15 milhões por um estudo que identifica ""oportunidades de investimento" no país.
Ocorre que o governo ainda não
tem certeza se esses investimentos
privados vão se realizar.
Detalhes do projeto ainda estavam sendo fechados ontem pelo
Ministério do Planejamento. A
proposta original foi revista para
adaptar os projetos às reivindicações dos Estados.
As propostas do PPA orientarão
os orçamentos da União para os
próximos quatro anos.
Previsões erradas
Na primeira tentativa de um
planejamento de investimentos
de longo prazo, o PPA para o período 1996-1999, imaginava-se
que neste ano a economia estaria
crescendo 5% -e não encolhendo 1%, como se estima hoje.
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