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OPERAÇÃO COBRA
Para Polícia Federal, guerrilheiros teriam invadido fronteira para fazer recrutamento de militantes
PF apura ação das Farc em solo brasileiro
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A TABATINGA
A Polícia Federal investiga a informação de que integrantes das
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) teriam invadido a fronteira do Brasil para recrutar militantes na região conhecida como "Cabeça do Cachorro",
no extremo norte da fronteira.
Segundo o diretor-geral da PF,
Agílio Monteiro Filho, aumentou
o trânsito de colombianos naquela região desde que foi anunciado
o Plano Colômbia de combate ao
narcotráfico e à guerrilha.
Ainda não haveria confirmação
de que os invasores sejam guerrilheiros, embora haja "rumores"
sobre o assunto. "Pode ter de tudo, inclusive pessoas simples, fugindo de uma situação adversa",
ressalvou Monteiro Filho.
A Polícia Federal tem informações, não confirmadas, de que as
Farc teriam aliciado cerca de 600
pessoas na região, nos dois países.
A repressão à entrada clandestina de colombianos nas regiões do
Alto Solimões e Cabeça do Cachorro está entre os objetivos da
Operação Cobra, lançada ontem
pelo Ministério da Justiça.
A operação visa reforçar o policiamento nos 1.644 km de fronteira e evitar imigração em massa de
trabalhadores, guerrilheiros e traficantes com o Plano Colômbia.
Sobre a possibilidade de invasão, o diretor-geral da PF respondeu: "Tanto há, que estamos
aqui". As ações de combate ao tráfico e à guerrilha no país vizinho
devem começar no início do ano.
Prevista para durar três anos, a
Operação Colômbia mobiliza 180
agentes da PF. Um avião e um helicóptero farão inspeções diárias
em toda a região e 15 embarcações
fiscalizarão os rios. Não há estradas na região, coberta por selva fechada e quase despovoada.
O ministro José Gregori e o diretor-geral da PF lançaram a Operação Cobra na base Anzol da Polícia Federal, onde são fiscalizadas
as embarcações que vão a Manaus
pelo rio Solimões. Horas antes, a
PF apreendeu 4 kg de pasta-base
de cocaína não refinada, em poder de dois peruanos que moram
em Tabatinga. Eles teriam recebido R$ 400,00 para levar a droga
até a cidade de Coari.
Guerrilha
Informações sobre a possível
movimentação de guerrilheiros
no Brasil chegaram à Presidência
da República por intermédio da
Abin (Agência Brasileira de Inteligência). A Abin tem uma representação em Tabatinga, que repassa informações de autoridades
colombianas em Letícia.
Segundo o representante da
Abin em Tabatinga, a polícia federal da Colômbia identificou três
bases de uma facção das Farc denominada Frente Amazônica nos
Departamentos (Estados) do
Amazonas e Uaupés, na fronteira
com o Brasil. Oito guerrilheiros já
foram presos pela polícia colombiana em La Pedrera, perto da localidade brasileira de Bitencourt.
O superintendente da Polícia
Federal em Manaus, Lacerda Carlos Júnior, que participou da
inauguração da Operação Cobra,
disse que a PF está cadastrando os
estrangeiros que migraram clandestinamente para a Amazônia.
Foram identificados 500 peruanos que se aposentaram pelo
INSS com documentos falsos
comprados em cartórios brasileiros. As aposentadorias irregulares
teriam sido descobertas pela Previdência e a polícia tenta identificar os responsáveis.
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