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CAMPANHA
Petista afirmou a dissidentes do PMDB do Rio que não precisavam ficar constrangidos por chegar no "final do baile"
Na nossa festa, todos são bem-vindos, diz Lula
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
"Na nossa festa, mesmo quem
chegar quando ela já tiver terminado, será bem-vindo." Foi dessa
forma que o presidenciável Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) recebeu
dissidentes do PMDB do Rio, que,
a nove dias das eleições, declararam apoio à sua candidatura.
Cerca de 150 integrantes do partido, liderados pelo secretário-geral da executiva estadual, deputado estadual Jorge Picciani, lançaram ontem um manifesto de
apoio a Lula. Entre os dissidentes
estão outros quatro deputados estaduais, o prefeito de Itatiaia e cerca de 60 vereadores da Baixada
Fluminense e do interior.
"Queria dizer a vocês que estão
tomando essa decisão a nove dias
da eleição, que não ficassem constrangidos de dizer "nós estamos
chegando na festa quando o baile
já está terminando'", disse Lula. O
PMDB do Rio apóia formalmente
o candidato José Serra (PSDB).
Lula elogiou os presentes, dizendo que "não é apenas dentro
do PT que tem gente boa. Tem
muita gente boa e séria fora do
PT, em outros partidos". Lembrou a importância do MDB na
criação do PT. "Grande parte dos
políticos petistas começou fazendo política no PT, mas grande
parte já fez política no MDB. Foi
com gente oriunda do MDB que
foi possível criarmos o PT."
O presidenciável discursou sobre a importância das alianças para garantir sua governabilidade,
dizendo que o "grande feito" da
sua campanha foi a conscientização de que um país complexo como o Brasil não pode ser governado por um único partido político.
Dissidentes como Jorge Picciani
e o deputado estadual André Luiz,
vice-presidente da executiva estadual, são importantes no comando da máquina do PMDB. Petistas e peemedebistas acreditam
que a mudança beneficiará a candidatura de Benedita da Silva (PT)
ao governo, mas não aumentará a
votação de Lula no Estado. Picciani disse que eles são capazes de
mobilizar 1 milhão de votos.
O presidente do PMDB do Rio,
Moreira Franco, minimizou a dissidência: "As pessoas reunidas no
ato são inexpressivas e não representam o PMDB do Rio." Mas admitiu que o racha pode repercutir
na disputa pelo governo estadual.
Lula disse estar preparado "psicologicamente" para o debate da
TV Globo, no dia 3. Afirmou estar
ciente de que seus adversários vão
atacá-lo, mas não vai revidar. "Estou na minha fase mais tranquila
da vida. Vou fazer o que aprendi
com a minha mãe: quando um
não quer, dois não brigam."
À noite, em comício em Sorocaba (SP), Lula manifestou receio de
que possa haver "maracutaias" na
reta final da campanha: "O jogo
está bom para nós. Estamos atacando quase como o Brasil contra
a Alemanha na Copa. Estamos na
frente. As possibilidades de ganhar são extraordinárias. Nunca
tivemos essa chance. Mas ainda
faltam nove dias para as eleições.
Não sabemos o que os nossos adversários vão aprontar. Não sabemos se vai ter maracutaia. Não sabemos o que eles podem fazer para baixar o nível da campanha".
Colaborou FÁBIO VICTOR, enviado especial a Sorocaba (SP)
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