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Empresários no RS pregam voto anti-PT
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
As cinco principais entidades
empresariais gaúchas se uniram
em um movimento inédito e estão realizando viagens pelo Rio
Grande do Sul para pregar o voto
anti-PT. Os encontros tratam oficialmente de discutir economia e
política, mas o conteúdo é francamente eleitoral e contra o PT.
Os eventos começaram anteontem em Pelotas, Rio Grande e Passo Fundo. As entidades envolvidas são a Fiergs (Federação das
Indústrias do Estado do Rio
Grande do Sul), a Federasul (Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul), a
Farsul (dos agricultores), a Fecomércio e a FCDL (Federação das
Câmaras de Dirigentes Lojistas).
"O PT fez do Estado um laboratório e quer tomar conta do Brasil", diz o presidente da Farsul,
Carlos Sperotto, que, na administração do petista Olívio Dutra,
tem travado verdadeiros duelos
com o governo sobre a questão
agrária. Sperotto acusa o governo
de favorecer ações radicais de
sem-terra.
"O PT tem ódio do empresariado. Nosso destino está sendo traçado pelo socialismo que já foi
abolido até na Rússia. Se Lula vencer, vamos virar uma Venezuela
ou uma Cuba", diz o presidente
da Federasul, Paulo Feijó.
"Hoje, o Estado não é mais
atraente para investimentos. Isso
gera um êxodo permanente de
trabalhadores em busca da sobrevivência fora do Rio Grande do
Sul", diz, ainda, o presidente da
Fiergs, Renan Proença.
Um dos casos mais citados é o
da saída da Ford do Rio Grande
do Sul. Quando assumiu, em
1998, Olívio quis renegociar os
termos para a instalação da montadora no Estado -que preferiu
ir para a Bahia, onde recebeu um
pacote de incentivos fiscais.
Os líderes empresariais conclamaram os empresários que participaram das reuniões a contribuir
financeiramente com os adversários do PT. Encontros semelhantes a esses ocorrerão em outros locais nos próximos dias.
Questionado a respeito de tal
atitude pela Agência Folha, o candidato do PT ao governo gaúcho,
Tarso Genro, procurou não polemizar com os empresários.
"É natural o empresário participar da política e defender seus
candidatos. Esses empresários
não representam a totalidade do
empresariado. Muitos estão conosco. De qualquer forma, essa
atitude deles não vai tirar minha
capacidade de diálogo com eles
para fazermos juntos um projeto", disse ele, procurando reforçar
uma imagem de "pluralidade"
que seu governo teria.
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