São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2004

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PAINEL

Bomba-relógio
Privado de seus últimos programas de TV por decisão da Justiça Eleitoral, Paulo Maluf (PP) ameaça tocar fogo no circo no debate de quinta-feira à noite na Rede Globo. Assessores falam em acionar munição pesada contra José Serra (PSDB). Assuntos pessoais incluídos.

Agora ou nunca 1
Advogados de Maluf consultaram o TRE sobre a possibilidade de postergar a perda de tempo televisivo, determinada em razão do programa no qual Serra foi chamado de "caloteiro".

Agora ou nunca 2
Ao perceber que não havia margem de manobra no TRE, a campanha de Maluf concluiu que só lhe restam duas oportunidades para malhar o tucano: invadir, ainda que sem participação direta do candidato, o horário dos vereadores do PP e ir para o tudo ou nada no debate.

Artes encantatórias
De um ex-colega de trabalho sobre Marcelo Teixeira, marqueteiro de Maluf com muitos serviços prestados ao PT: "Ele vende fumaça engarrafada".

Jogo de azar
Modelo estatístico feito pelo Credit Suisse First Boston sugere, segundo relatório do banco, "que Marta Suplicy tem 43% de probabilidade de se reeleger".

Corações partidos
Vereadores do PT não se agüentam de ciúmes do apoio enfático de Aloizio Mercadante a Wagner Gomes (PC do B), seu suplente no Senado, na disputa por vaga na Câmara. Prometem dar de ombros quando o petista buscar ajuda para concorrer ao governo paulista em 2006.

Muito agradecidos
Lutando para chegar ao segundo turno, os tucanos Welson Gasparini (Ribeirão Preto) e Barjas Negri (Piracicaba) negam sentir falta de apoio de Geraldo Alckmin. "Só tenho a agradecer ao governador", diz o segundo.

Passa rápido
Além dos vôos comerciais, ministros do PT contam com um avião fretado pelo partido para atender às demandas do Diretório Nacional na semana decisiva do primeiro turno eleitoral.

Eu garanto
Parcimonioso em suas aparições de campanha, Antonio Palocci surgiu ontem no programa de televisão de seu ex-colega de Libelu Ângelo Vanhoni. Afirmou que o petista, se eleito, "terá todo o apoio para executar os projetos que possam melhorar a vida das pessoas de Curitiba".

Cheque especial
Se não render votos, a passagem de José Dirceu por Salvador pelo menos ajudará a boca-de-urna do desenganado Nelson Pellegrino. Cerca de 300 empresários compareceram a um jantar com convites a R$ 1 mil por cabeça. Nem todos pagaram.

Faroeste eleitoral
Disparos de armas de fogo voltaram à cena na política da Paraíba. Aconteceu no fim de semana, quando um carro de som do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) foi alvejado nas ruas de Campina Grande.

Por exclusão
Eunício Oliveira (Comunicações) apoiará quem for ao segundo turno contra o tucano Antônio Cambraia em Fortaleza: o amigo do Planalto Inácio Arruda (PC do B) ou o oposicionista Moroni Torgan (PFL). É o início do jogo de 2006.

Visita à Folha
Rodrigo César Rebello Pinho, procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Ricardo Dias Leme, promotor de Justiça, e de José de Sá, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do sociólogo Emir Sader, da esquerda petista, a respeito do filósofo José Arthur Giannotti, para quem a eventual derrota do PT na cidade de São Paulo seria "uma vitória da democracia" e obrigaria o partido a "repensar seu narcisismo":
-Se o PT perder em São Paulo, o melhor conjunto de políticas sociais do país será derrotado. Portanto, perderá a democracia. Se o problema do governo Lula fosse narcisismo, um psicanalista resolveria.

CONTRAPONTO

Sempre alerta

Prefeito do Rio de Janeiro de 1989 a 1992, o tucano Marcelo Alencar, à época no PDT, recebeu em seu apartamento dois deputados para um jantar.
No metade do encontro, um deles pediu licença para ir ao banheiro. Foi a oportunidade para o outro falar mal do colega:
-O sr. tem de ficar de olho aberto com esse sujeito.
Minutos depois, foi o autor da advertência quem teve de se ausentar brevemente da sala.
-Prefeito, esse homem não é de confiança. Cuidado com ele-, alertou o outro.
Ao final da reunião, Alencar acompanhou a dupla até a porta do elevador, onde a conversa prosseguiu até que o prefeito desculpou-se e pediu que eles se fossem, pois precisava fazer um telefonema reservado e urgente.
-Mas por que o sr. não fez até agora?-a dupla indagou.
-E deixar vocês sozinhos falando de mim? Nem pensar!


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