|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OAB tenta evitar nova paralisação
DA REDAÇÃO
A OAB-SP propôs ontem, após
a suspensão da greve dos servidores do Judiciário, que sejam tomadas duas medidas evitar que novas paralisações ocorram nos
próximos anos.
A primeira delas é a composição
de uma mesa permanente de negociações, composta pelo governo do Estado, por membros do TJ
(Tribunal de Justiça), entidades
representativas dos servidores e
membros das seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil.
A segunda medida seria a regulamentação do direito de greve
para o setor público.
"São Paulo não agüenta mais
um dia sequer de greve. Chegamos no limite. Queremos o fim da
greve, a Justiça já, e a campanha
salarial dos serventuários atendida na medida do possível", disse o
presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, ontem, antes
da assembléia que decidiu a suspensão da greve.
Ele também disse que a última
greve, de 2001, durou 81 dias e "até
hoje os efeitos danosos são sentidos". ele estima em ou 4 anos o
tempo para pôr o serviço em dia.
Por essa razão, diz ele, é preciso
trabalhar para que não ocorram
novas paralisações.
Segundo D'Urso, a intenção é
discutir, de forma continuada, a
reposição salarial dos servidores.
A mesa permanente também teria o papel de discutir melhores
condições de trabalho.
"Não podemos permitir que a
defasagem chegue a 39%. Precisamos negociar quando a diferença
for de 4% ou 5%, que ainda é pequena e fica mais fácil de resolver", disse.
Regulamentação
A outra medida proposta pela
OAB é a regulamentação da lei de
greve do serviço público.
Segundo D'Urso, há uma comissão da entidade que está estudando o assunto. "A OAB quer
colaborar com esse momento histórico e, de uma vez por todas, regulamentar o direito de greve do
funcionalismo público para que
não tenhamos a paralisação total,
o que é extremamente nocivo aos
interesses da sociedade."
O direito de greve está previsto
no inciso 7º do artigo 37 da Constituição Federal, mas não é auto-aplicável. Ou seja, ainda depende
de uma lei específica que o regulamente -segundo entendimento
do Supremo Tribunal Federal.
Em entrevista concedida à Folha, o presidente do STJ, ministro
Edson Vidigal, afirmou ser esse
um "grande momento" e que São
Paulo "tem tudo para que sentem
todos à mesma mesa para discutir
e elaborar um anteprojeto de regulamentação do direito de greve
para o servidor público".
Segundo o presidente da OAB,
uma comissão especial da entidade vai fazer "gestões junto aos deputados federais, por meio do
Conselho Federal da Ordem e da
Frente Parlamentar de Advogados, para que a regulamentação se
concretize".
(UM)
Texto Anterior: Servidores suspendem maior greve da Justiça de São Paulo Próximo Texto: Judiciário: Greve pára, mas servidores vão fazer "operação padrão" Índice
|