São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2004

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Ato da OAB vira palco de confronto entre advogados e grevistas em SP

DA REDAÇÃO

O Ato Público pela Volta da Justiça, realizado ontem de manhã pela OAB-SP em frente à sede da entidade, na praça da Sé, em vez de ser apenas um pedido de "Justiça já" feito pela sociedade civil, como pretendia a ordem, virou palco de confronto entre advogados e servidores do Judiciário.
Por volta das 10h, grevistas e advogados trocaram empurrões e xingamentos. A Polícia Militar -que estimou em 200 o número de servidores e 300 o de partipantes do ato da OAB- precisou organizar um cordão de isolamento para evitar agressões físicas.
Servidores ameaçavam os advogados, que respondiam. A PM e os "pacifistas" evitaram brigas.
Uma das provocações mais repetidas pelos servidores foi chamar os advogados de "fascistas" todas as vezes em que eles repetiam o mote do ato: "Justiça já".
"A OAB convocou uma manifestação de caráter fascista, contra a luta dos trabalhadores", disse Zé Maria, presidente nacional do PSTU. "Esse ato é uma mancha na história da OAB, que lutou contra a ditadura, mas hoje luta contra um direito dos trabalhadores que está na Constituição."
Além do PSTU, apoiaram a manifestação dos servidores a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o Sindicato dos Bancários de São Paulo -cujos trabalhadores também estão em greve.
Em outra provocação, os servidores, de braços esticados, exibiam notas de R$ 1,00 -"em resposta aos que nos provocaram assim", disse um cartorário.
Além de provocações pessoais, os servidores repetiam palavras de ordem. Gritavam "Abaixo a OAB" e "OAB é do Lalau", e exibiam cartazes pedindo CPI no Judiciário. O ato terminou por volta das 11h15, e o caminhão de som da OAB tocou "Alegria, Alegria", de Caetano Veloso, um dos temas da luta contra a ditadura.


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