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ELEIÇÕES 2008 / LEGISLATIVO
22% dos candidatos em SP têm antecedente criminal
241 dos 1.077 que disputam vaga de vereador declararam citações criminais à Justiça
Acusações mais freqüentes são de estelionato e lesão corporal; Folha Online publica hoje antecedentes nas fichas dos candidatos
DANIEL TREMEL
JULIANA CARIELLO
NATALIE CATUOGNO CONSANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dos 1.077 candidatos considerados aptos a concorrer a
uma vaga de vereador em São
Paulo nas eleições da semana
que vem, 241 (22% do total)
apresentaram antecedentes
criminais à Justiça Eleitoral.
Segundo levantamento feito
pela Folha nas certidões criminais entregues pelos próprios
candidatos ao registrar a candidatura, os concorrentes a uma
vaga na Câmara Municipal respondem ou responderam, ao
todo, a 267 inquéritos policiais
e a 175 processos. Os antecedentes estão disponíveis na ficha dos candidatos em http://www.folha.com.br/082572.
As acusações mais freqüentes são de lesão corporal e estelionato, mas há casos mais graves, como tentativa de homicídio e homicídio culposo (sem intenção de matar, como um
acidente de trânsito).
O antecedente criminal, como o nome sugere, revela a vida pregressa da pessoa, mas
não significa que ela tenha sido
condenada pelo crime.
As certidões apresentadas
pelos candidatos indicam qualquer tipo de investigação, acusação ou ocorrência criminais.
Em muitos casos, a investigação foi arquivada. Em outros, o
candidato foi absolvido. Mas
também há processos em andamento e condenações.
As certidões são públicas e
estão disponíveis no cartório
da 1ª Zona Eleitoral, no bairro
de Bela Vista, no centro. Contudo, não são divulgadas pela
Justiça Eleitoral na internet.
Segundo o presidente do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto, quando surgiu a idéia de publicar as
certidões criminais neste ano,
o sistema eletrônico de divulgação das candidaturas já estava pronto e não foi possível incluir essas informações. "Nada
impede que isso seja feito em
eleições futuras", disse.
Partidos
O PRB é a sigla com a maior
proporção de nomes com antecedentes em relação ao número
de candidatos que lançou, com
42%. Em segundo vem o
PMDB, com 33% dos candidatos lançados. Em terceiro, o
PMN, com 32% do total.
Em números absolutos, o
partido com maior número de
candidatos com antecedentes é
o PSDB, com 25. Em segundo
lugar aparece o PTB, com 24.
Em terceiro, o PMN, com 18.
O promotor eleitoral de São
Paulo Eduardo Rheingantz ressalva que quem já ocupou cargo
público está mais sujeito a
ações por improbidade administrativa. Mas, segundo ele, inquéritos e processos por crimes
de outra natureza não devem
ser relativizados.
"Estelionato, crime contra o
patrimônio público, tráfico e
roubo são os mais graves e, por
mais que a lei permita que suspeitos disso possam concorrer,
cabe ao eleitor escolher quem
vai representá-lo", disse.
O juiz da 1ª Zona Eleitoral de
São Paulo, Marco Antonio
Martin Vargas, lembra que a
Constituição Federal permite a
candidatura de quem é investigado ou responde a processo.
Mas prega mudança: "A sociedade deve se mobilizar para
que a legislação seja alterada,
buscando meios de se proibir
essas candidaturas".
Pesquise o perfil do seu
candidato a vereador
www.folha.com.br/082572
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