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IMPASSE
Se sigla não se aliar ao PDT no Estado, líder deve desistir de disputar a Presidência em 98
PT do Rio vai definir futuro de Lula
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
A eventual candidatura de Luiz
Inácio Lula da Silva à Presidência
da República em 98 está nas
mãos do PT fluminense. Se o di
retório local não ceder ao PDT a
cabeça da chapa que vai disputar
o governo do Estado, Lula terá o
pretexto que procura para justi
ficar a saída do páreo presiden
cial.
"Lula é candidato. O problema
é que exige condições como a
aliança no Rio", afirmou ontem
o presidente nacional do PT, José
Dirceu. Lula esteve com Dirceu
antes da entrevista do dirigente.
Leonel Brizola exige, em troca
do apoio a uma candidatura de
Lula, que o PT cacife a candida
tura do pedetista Anthony Garo
tinho ao governo do Rio. Parte
expressiva do PT local rechaça a
possibilidade de aliança.
"Em 27 Estados, o único em
que nos pediram para abrir mão
é o Rio", afirmou Dirceu, ao de
fender o acordo com o brizolis
mo.
Lula condiciona sua eventual
candidatura a uma aliança com
outras legendas de esquerda. O
PDT, na avaliação do petista, é
indispensável para sustentar
uma campanha presidencial.
"O momento exige um ato de
grandeza das oposições", afir
mou Aloizio Mercadante, um
dos vice-presidentes do PT, ao
argumentar pela coligação com o
brizolismo no Rio.
"Brizola já fez tudo que é pos
sível pela aliança", declarou Dir
ceu. Brizola, Lula e Dirceu troca
ram telefonemas no fim-de-se
mana para tentar um calendário
de definições.
A esperança da cúpula petista é
que o grupo do deputado federal
Carlos Santana, tido como o fiel
da balança entre os que querem
candidatura própria ou aliança
no Rio, opte pelo acordo eleito
ral com o PDT.
Lula, que completou 52 anos
ontem, tinha embarque previsto
à noite para a Alemanha. A agen
da prevê encontros com sindica
listas, e a volta está marcada para
o próximo domingo.
No início de novembro, o PT
vai pedir, em reunião em Recife,
que PSB e PC do B se manifestem
sobre apoio ou não a Lula.
"Depois da vitória da oposição
na Argentina, seria burrice a es
querda não se unir no Brasil",
afirmou Dirceu.
Lula, que voltou ao país na últi
ma sexta-feira, está aproveitan
do as sucessivas viagens para fu
gir das pressões por uma defini
ção rápida sobre candidatura.
A avaliação do grupo mais pró
ximo ao líder é que um recuo se
ria mais fácil alguns meses atrás.
Agora, seria jogar o PT em nova
crise.
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