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AMAPÁ
Irmão de governadora é preso na boca-de-urna
Góes vence e impede reeleição do PT
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACAPÁ
Waldez Góes (PDT), 40, é o novo governador do Amapá. Ele
venceu a governadora e candidata
à reeleição Dalva Figueiredo (PT),
41, em uma das disputas mais
acirradas entre partidos de esquerda no Norte do país.
Góes atribuiu a vitória a um
sentimento de mudança, segundo
ele, como o que ocorreu na atual
disputa presidencial. Em 1998, ele
perdeu sua segunda eleição ao governo do Amapá.
O candidato à época era o ex-governador e senador eleito João
Capiberibe, do PSB, partido do
prefeito João Henrique Pimentel,
que apoiou Góes nesta eleição.
"Prevaleceu a vontade do povo.
Agradeço a Deus pela saúde que
me deu ao conduzir esse processo
com sabedoria até aqui", disse.
Góes acompanhou a apuração
dos votos em sua residência e depois saiu em carreata festejando
pela orla de Macapá. Para ele, a
eleição foi decidida pelos votos na
capital, em Santana e em Laranjal
do Jari (dois redutos de petistas).
Até o fechamento desta edição,
com 99,6% dos votos apurados, a
vitória era de 54,58% contra
45,42% da adversária.
"Consegui reverter", disse ele,
que durante a campanha prometeu a parceria com os prefeitos,
empregos e a criação de uma universidade de medicina. "Minha
primeira medida será organizar a
equipe de transição", afirmou.
Góes também quer ampliar os
50% que tem na bancada estadual, já que o PT anunciou que será oposição. "Vou conversar com
o PT que, agora, é o partido do
presidente da República. Sem
apoio não teremos como ampliar
as verbas para o Estado", disse.
A governadora reconheceu a
derrota. "Não há porque justificar
a derrota, mas sei que perdi em
Macapá graças a campanha do
promotor Pastana [Manoel, um
dos autores da ação de cassação
contra ela por uso da máquina"."
Denúncias
A eleição em Macapá foi marcada por prisões e denúncias. Cerca
de 30 pessoas foram presas ontem, sendo três militantes do PT,
acusados de compra de votos.
Um dos presos em flagrante de
crime eleitoral pela Polícia Federal foi o irmão da governadora, o
cantor Elielder de Souza Barros.
Às 10h, ele levava numa bolsa
R$ 760 divididos em cédulas de
R$ 20 ao ser abordado por agentes
federais na frente de uma escola
estadual. Até o fechamento desta
edição Elielder Barros permanecia preso na superintendência da
Polícia Federal.
Ele não quis dar entrevistas. O
advogado do PT, Álvaro Maimoni, negou que o dinheiro encontrado com Barros fosse do partido. "Segundo consta, o dinheiro
era do salário dele [Barros"."
A votação no Amapá foi, praticamente, sem filas o que levou cada eleitor a permanecer, no mínimo, dois minutos para digitar na
urna eletrônica -não se registrou no Estado votação manual.
Já nas ruas de Macapá, o clima era
tenso entre militantes dos dois
candidatos.
"Apesar do exército de militantes vermelho [do PT", as eleições
transcorreram com tranqüilidade, sem incidentes", disse, ao
abrir a sessão do pleno que rejeitou por unanimidade a ação de
suspeição da governadora Dalva
Figueiredo contra os procuradores federais que atuam no Ministério Público Eleitoral, Manoel
Pastana, Celso Três e José Cardoso Lopes.
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