São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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AMAPÁ

Irmão de governadora é preso na boca-de-urna

Góes vence e impede reeleição do PT

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACAPÁ

Waldez Góes (PDT), 40, é o novo governador do Amapá. Ele venceu a governadora e candidata à reeleição Dalva Figueiredo (PT), 41, em uma das disputas mais acirradas entre partidos de esquerda no Norte do país.
Góes atribuiu a vitória a um sentimento de mudança, segundo ele, como o que ocorreu na atual disputa presidencial. Em 1998, ele perdeu sua segunda eleição ao governo do Amapá.
O candidato à época era o ex-governador e senador eleito João Capiberibe, do PSB, partido do prefeito João Henrique Pimentel, que apoiou Góes nesta eleição.
"Prevaleceu a vontade do povo. Agradeço a Deus pela saúde que me deu ao conduzir esse processo com sabedoria até aqui", disse.
Góes acompanhou a apuração dos votos em sua residência e depois saiu em carreata festejando pela orla de Macapá. Para ele, a eleição foi decidida pelos votos na capital, em Santana e em Laranjal do Jari (dois redutos de petistas).
Até o fechamento desta edição, com 99,6% dos votos apurados, a vitória era de 54,58% contra 45,42% da adversária.
"Consegui reverter", disse ele, que durante a campanha prometeu a parceria com os prefeitos, empregos e a criação de uma universidade de medicina. "Minha primeira medida será organizar a equipe de transição", afirmou.
Góes também quer ampliar os 50% que tem na bancada estadual, já que o PT anunciou que será oposição. "Vou conversar com o PT que, agora, é o partido do presidente da República. Sem apoio não teremos como ampliar as verbas para o Estado", disse.
A governadora reconheceu a derrota. "Não há porque justificar a derrota, mas sei que perdi em Macapá graças a campanha do promotor Pastana [Manoel, um dos autores da ação de cassação contra ela por uso da máquina"."

Denúncias
A eleição em Macapá foi marcada por prisões e denúncias. Cerca de 30 pessoas foram presas ontem, sendo três militantes do PT, acusados de compra de votos. Um dos presos em flagrante de crime eleitoral pela Polícia Federal foi o irmão da governadora, o cantor Elielder de Souza Barros.
Às 10h, ele levava numa bolsa R$ 760 divididos em cédulas de R$ 20 ao ser abordado por agentes federais na frente de uma escola estadual. Até o fechamento desta edição Elielder Barros permanecia preso na superintendência da Polícia Federal.
Ele não quis dar entrevistas. O advogado do PT, Álvaro Maimoni, negou que o dinheiro encontrado com Barros fosse do partido. "Segundo consta, o dinheiro era do salário dele [Barros"."
A votação no Amapá foi, praticamente, sem filas o que levou cada eleitor a permanecer, no mínimo, dois minutos para digitar na urna eletrônica -não se registrou no Estado votação manual. Já nas ruas de Macapá, o clima era tenso entre militantes dos dois candidatos.
"Apesar do exército de militantes vermelho [do PT", as eleições transcorreram com tranqüilidade, sem incidentes", disse, ao abrir a sessão do pleno que rejeitou por unanimidade a ação de suspeição da governadora Dalva Figueiredo contra os procuradores federais que atuam no Ministério Público Eleitoral, Manoel Pastana, Celso Três e José Cardoso Lopes.


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