São Paulo, quarta-feira, 28 de outubro de 2009

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Oposição admite apoiar adesão da Venezuela

Relator, Tasso diz que pode rever parecer de entrada daquele país no Mercosul, mas pede que governo adie votação de amanhã

Recuo visa ganhar tempo, pois bancada governista já tem votos para derrubar parecer do senador tucano, antes contrário à Venezuela


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Relator contrário à entrada da Venezuela no Mercosul, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) admitiu ontem rever seu parecer e votar favoravelmente à adesão do país governado por Hugo Chávez no bloco econômico composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Ele espera, porém, que o governo aceite adiar a votação marcada para amanhã na Comissão de Relações Exteriores.
A declaração visa ganhar tempo, pois a bancada governista já tem os votos necessários para derrubar o parecer do senador tucano. Como a Folha publicou ontem, o governo tem 11 votos, contra 6 da oposição.
O presidente da comissão, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acha difícil adiar a votação, mas acredita que em acordo para retardar a análise no plenário.
Tasso abriu a possibilidade de negociação ontem durante o depoimento do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, à comissão. Principal opositor de Chávez da Venezuela, ele disse ser a favor da entrada de seu país no Mercosul. Mas criticou procedimentos que considera antidemocráticos do governo do presidente venezuelano.
Ledezma pediu que o Brasil exija de Chávez respeito aos termos do protocolo do Tratado do Mercosul sobre defesa de democracia e direitos humanos, que prevê suspender e expulsar países-membros que não cumpram pré-requisitos democráticos.
"Se existirem garantias concretas de que essa evolução de modelo autoritário e preconceituoso não será feita, estou disposto a estudar para que possamos chegar a um acordo", disse Tasso, sobre a proposta.
A ideia não tem efeito prático, segundo o embaixador do Brasil no Mercosul, Regis Arslanian. Para ele, como a Venezuela assinou o protocolo, aceitou cumprir o que está escrito.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), voltou a se postar contra a adesão. "Não caberia a entrada pela violação da cláusula democrática."


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