São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2000

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PAINEL



Não tem conversa
FHC tentou na semana passada reunir ACM e Jader Barbalho com outros protagonistas da crise da base governista no Congresso. Mas não teve êxito. O cacique baiano se recusou a dividir a mesa com o rival do PMDB.

Contagem regressiva
O tempo corre contra ACM, que deixa a presidência do Senado no dia 1º de fevereiro. É com isso que contam FHC e os adversários do senador baiano no PFL para esvaziar a sua resistência a um "acordão" no Congresso.

Cartas na mesa
De um interlocutor assíduo de FHC: "Qualquer resultado que não seja Jader Barbalho (PMDB-PA) presidente do Senado e Inocêncio Oliveira (PFL-PE), da Câmara, será uma derrota política do presidente".

São Francisco
Gilmar Mendes (Advocacia Geral da União) canonizou o procurador Luiz Francisco de Souza: "É o santo da venda do Banespa". Ao enumerar 43 irregularidades em uma só ação contra a venda do banco, "Franciscão" permitiu que o governo derrubasse todas de uma vez.

Fonte da juventude
ACM foi visto almoçando no restaurante Massimo, em SP, na última sexta. Distraído, nem percebeu, de início, na mesa ao lado, Fernando Bezerra (Integração Nacional), a quem desancou ontem no Senado.

O amor...
A briga entre os aliados pela presidência do Senado atingiu o PT. Aloizio Mercadante, líder do partido na Câmara, ao defender o apoio a José Sarney, disse que Heloísa Helena, líder no Senado, deveria esquecer os seus "problemas pessoais" com ACM.

...não é lindo
Resposta de Heloísa Helena a Mercadante: "Nós dois temos problemas com ACM. O meu é de ódio. O seu, de amor". A senadora defende a neutralidade do PT na guerra dos caciques.


Coração duro
Marta Suplicy convidou na semana passada Adib Jatene para a Saúde, na esperança de que o cirurgião fosse, ao lado de João Sayad, o segundo "notável" de seu secretariado. Mas o ex-ministro de FHC, que já foi secretário de Maluf, recusou o convite.

Trabalhismo aos pedaços
Ficou bem mais difícil a fusão do PTB e do PDT depois do almoço privado que reuniu, no domingo, os presidentes dos dois partidos, Leonel Brizola e José Carlos Martinez, e os deputados Miro Teixeira (PDT) e Roberto Jefferson (PTB).

Criança sem nome
No almoço que Brizola ofereceu em seu apartamento não se chegou a um acordo sobre o nome do novo partido. O cacique do PDT sugeriu PTU (Partido Trabalhista Unificado) ou até PTN (Partido Trabalhista Nacionalista). Mas o PTB insiste em manter o seu nome atual.

Separação de bens
Por trás da disputa de nomes, há um conflito de fundo afastando PTB e PDT. O primeiro está flertando com o PPS para embarcar na canoa de Ciro Gomes. O segundo agora está de namorico com Itamar Franco (MG).


Bola dividida
A rivalidade pode levar as duas CPIs que tratam de futebol no Congresso ao precipício. O ponto de fusão deve ser o depoimento do cartola Onaireves Moura (PR), na Câmara, que ameaça divulgar um dossiê sobre Álvaro Dias (PSDB), presidente da CPI do Senado.


Disputa interna
Orestes Quércia reuniu a bancada do PMDB na Câmara paulistana para avisar que é candidato ao governo em 2002. Notícia que, considerando a popularidade do ex-governador, não preocupa muito os interessados pelo cargo. A não ser o também peemedebista Michel Temer, que já trabalha pela vaga.

TIROTEIO


De João Herrmann, líder do PPS na Câmara, sobre a possibilidade de o Planalto intervir na disputa entre PSDB e PFL pela presidência da Casa:
- Criou-se uma situação política em que o PSDB não tem mais como abrir mão da candidatura Aécio Neves. Do contrário, vai se tornar uma mera bolinha embaixo da língua do PFL.

CONTRAPONTO

A hora dos ruminantes
Após o primeiro turno das eleições, o presidente do PT, José Dirceu, esteve em Campo Grande (MS), onde foi recebido pelo governador Zeca do PT.
Numa das reuniões que teve com membros do governo e dirigentes do partido, Dirceu tratou da reforma administrativa em curso no Estado.
Na sequência, o presidente do PT fez uma longa avaliação da conjuntura nacional e das perspectivas do partido para os próximos anos.
No final da exposição de Dirceu, Zeca do PT pediu a palavra:
- Na primeira vez em que esteve no Mato Grosso do Sul, quando o PT era ainda muito pequeno no Estado, o companheiro Zé Dirceu fez também uma avaliação da conjuntura.
E completou, provocando gargalhadas de todos:
- Previu que o PT só ganharia no Mato Grosso do Sul quando os bois e as vacas votassem.


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