DA SUCURSAL DO RIO

O presidenciável Ciro Gomes criticou ontem o governador do Rio, Anthony Garotinho, pelos comentários feitos sobre o governador de Minas Gerais, Itamar Franco. "Garotinho tem que lavar a boca antes de falar de Itamar", afirmou ele.
Ao comentar uma suposta frente formada por Itamar e Leonel Brizola (PDT) para derrubá-lo, Garotinho disse no sábado: "Eu é que fui vice de Collor? Eu privatizei a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional)? Fui eu, e não o senhor Itamar Franco, que quando Brizola era governador, decretou intervenção militar no Rio?".
Ciro fechou as portas do PPS para Garotinho. "O adversário do César Maia (prefeito eleito do Rio com o apoio de Ciro) é nosso adversário", disse o ex-ministro da Fazenda (no governo Itamar), que, como os dois governadores, é apontado como presidenciável.
O ex-ministro reafirmou ser o candidato mais viável de centro-esquerda para disputar a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas rejeitou o rótulo de candidato de esquerda. "Candidato de esquerda é o Lula. Não tomemos o seu lugar nobre de ser o candidato de esquerda. Sou o candidato de centro-esquerda."
Apesar dessa diferenciação, Ciro disse que continuará tentando que haja apenas uma candidatura da oposição.
O ex-ministro condenou as investigações da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sobre Itamar Franco e sobre o filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, entre outros.
Ciro responsabilizou FHC por ter reconstituído a estrutura de informação no país sem os controles necessários.
O ex-ministro, que participou de uma palestra na Bolsa de Valores do Rio, criticou a regionalização do salário mínimo. Segundo ele, em um momento em que se trava uma guerra fiscal, o mínimo regional pode ser mais um elemento para compor a avaliação sobre onde instalar sua empresa.
A Folha tentou ouvir Garotinho sobre as críticas dirigidas a ele por Ciro Gomes, mas não obteve resposta por parte da assessoria do governo.


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