São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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TRANSIÇÃO

Mas a prioridade ainda é a área social, afirma o coordenador petista

Economia preocupa mais, diz Palocci

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci Filho, afirmou ontem que a área econômica é a que causa maior preocupação ao novo governo, pelas restrições impostas, mas acrescentou que a prioridade continua sendo os projetos sociais.
Questionado sobre qual área do atual governo estaria trazendo maior preocupação para a equipe de transição, Palocci respondeu: "A área econômica é aquela que tem uma situação de mais restrição. Mas, do ponto de vista da nossa prioridade, é sem dúvida nenhuma a articulação dos projetos sociais ", disse ele ao chegar à reunião com as bancadas do PT na Câmara e no Senado ontem.
Na reunião, os deputados apresentaram reivindicações específicas ao coordenador da transição. Palocci afirmou que o PT ainda não está no governo. Muitas das medidas propostas, portanto, ainda dependem do atual governo.
Os deputados pediram para participar da análise do quadro do atual governo, que vem sendo feita pela equipe de transição. Palocci disse que receberá contribuições dos deputados.

Divórcio
A transição de governo ocorre num clima que não é "nem de lua-de-mel nem de divórcio", nas palavras de André Singer, porta-voz do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Não há divórcio, segundo o porta-voz, porque há um "clima cordial" e um "diálogo fluente" entre os dois lados.
Ao mesmo tempo, "aqui e ali", há divergências quanto à avaliação da herança deixada pelo governo Fernando Henrique Cardoso, especialmente na área econômica -o que descaracteriza a lua-de-mel.
O termo foi usado na semana passada pelo governador reeleito do Acre, Jorge Viana (PT), que previu o fim das boas relações entre governo eleito e governo atual com a divulgação do relatório elaborado pela equipe de transição.
Anteontem, Palocci deu declarações em sentido contrário. Disse que não foram encontrados problemas antes desconhecidos e que o relatório não seria uma peça de "conflito político".
Uma versão preliminar do documento está sendo concluída nesta semana, com a finalização de uma série de diagnósticos setoriais. Lula decidirá se e quando o relatório será divulgado.
O presidente eleito mantém o mistério em torno de nomes e de prazos para a sua definição. Por meio do porta-voz, pediu "paciência" e afirmou que em seu governo "nada é casual, tudo é pensado, premeditado".


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