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PSDB e PT assumirão dívidas da eleição
Débitos pendentes dos comitês de Lula e Alckmin serão responsabilidade das legendas; prestação de contas será entregue hoje
Campanha tucana fecha com rombo estimado de R$ 17 milhões; petista calcula que as contas ficarão no vermelho em R$ 7 milhões
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Às 19h de hoje, o comitê financeiro da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência
encerrará sua conta com um
déficit de cerca de R$ 17 milhões. Segundo Paulo Bressan,
tesoureiro da campanha do tucano, a dívida (comprometida
principalmente com gastos em
comunicação e transporte) será assumida pela direção nacional do PSDB.
Como herdou uma dívida de
mais de R$ 4 milhões - hoje
em cerca de R$ 2 milhões - da
disputa de 2002, o buraco nos
cofres do partido vai superar
R$ 19 milhões, apenas R$ 7 milhões a menos do que a receita
prevista com o fundo partidário em todo o ano.
O PSDB calcula que, ao longo
de 2007, receberá R$ 26,7 milhões como cota do fundo.
Já o comitê financeiro de
campanha do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva à reeleição
deverá fechar suas contas com
um buraco de cerca de R$ 7 milhões. Esse era, segundo petistas envolvidos na arrecadação,
o tamanho da dívida da campanha no fim de semana, quando
o tesoureiro, José de Filippi,
ainda buscava fontes de receita.
O presidente nacional do PT,
Marco Aurélio Garcia, disse
que receberá hoje de Filippi o
balanço final da campanha.
"Não haverá déficit. Se sobrar
dívida, ela será assumida pelo
partido", disse Marco Aurélio,
segundo o qual os números serão anunciados numa coletiva
na tarde de hoje.
O secretário de finanças do
PT, Paulo Ferreira, já adiantou
que o partido vai procurar seus
credores para a renegociação
da dívida. Ele não descartou a
possibilidade de recorrer a um
empréstimo para cobri-las.
Segundo petistas, este ano a
dívida tem um perfil diferente
das eleições anteriores, quando
eram muitos os credores. Agora, a dívida se concentra em um
número menor de grandes fornecedores, que já receberam
por parte de seus serviços.
O partido fixou em R$ 115 milhões o limite de gastos para a
campanha. Os petistas atribuem a dívida ao fato de a disputa ter chegado ao segundo
turno, contrariando uma tendência de vitória no dia 1º de
outubro.
O presidente do comitê financeiro de Alckmin, Miguel
Reale Júnior, por sua vez, reconhece que o comando de campanha passou a sofrer dificuldades para arrecadação a partir
do momento em que se consolidou a liderança de Lula no segundo turno. "Depois da terceira pesquisa, as coisas começaram a se complicar", admitiu
ele. "Seguramos até os gastos
no final. Mas não foi possível
cobrir esses gastos", disse.
Segundo Bressan, após a
aprovação da prestação de contas, o partido vai procurar credores para renegociação e escalonamento da dívida. Apostando na possibilidade de redução
do valor de contratos, Bressan
disse não acreditar na disposição dos fornecedores de converterem crédito em doação.
"Sei que estamos às vésperas de
Natal. Mas é o mesmo que acreditar em Papai Noel", ironizou.
As futuras contribuições para o partido, explicou, serão depositadas numa conta diferente da aberta para os recursos do
fundo de campanha.
Embora tenha pedido à Justiça uma ampliação do seu teto
em R$ 10 milhões, o comando
da campanha vai declarar ao
TSE que os gastos nem sequer
atingiram o limite originalmente apresentado, de R$ 85
milhões. Bressan adianta que
será de cerca de R$ 80 milhões.
Todo o partido será convocado para reforçar o trabalho de
arrecadação, especialmente os
governadores eleitos por São
Paulo, José Serra, e Minas, Aécio Neves.
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