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PT critica conclusão da polícia sobre o caso dossiê
Em nota, partido diz que relatório final da PF é "inconsistente e especulativo"
Mercadante e Baccarin, tesoureiro da campanha em São Paulo, foram indiciados; petistas, que elogiavam a PF, agora a questionam
Alan Marques/Folha Imagem
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Funcionários lavam a rampa do Palácio do Planalto, como parte dos preparativos para a festa da posse de Lula
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DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cinco dias depois de a Polícia
Federal indiciar o senador
Aloizio Mercadante (PT-SP)
por crime eleitoral no caso do
dossiê, o PT divulgou nota ontem criticando a conclusão das
investigações. O partido classificou o relatório policial de "inconsistente e especulativo" e
sinalizou ter segurança de que
"será derrubado na Justiça".
Na saída de um encontro ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio
Garcia, presidente interino do
PT, disse que o partido manifesta "incondicional apoio a
Mercadante" e que o presidente Lula concordou com as críticas feitas pelo partido ao relatório da Polícia Federal.
A posição do PT em relação
ao trabalho da PF difere de comentários e avaliações anteriores ao dossiegate. Em várias
ocasiões, Lula, Mercadante e
integrantes do partido elogiaram a atuação, segundo eles,
"republicana" da instituição.
Responsável pelo relatório
do caso, o delegado Diógenes
Curado afirmou que não comentará as críticas.
A PF investigou o envolvimento de petistas -que atuaram nas campanhas eleitorais
de Mercadante, em São Paulo, e
do presidente Lula- na compra de supostos documentos
contra políticos do PSDB em
relação à compra de ambulâncias superfaturadas (máfia dos
sanguessugas). O inquérito foi
concluído no dia 22.
O protesto petista, assinado
por Garcia, afirma que Mercadante e seu tesoureiro na campanha ao governo de São Paulo,
José Giácomo Baccarin, que
também foi indiciado, "têm toda a solidariedade do partido".
"Esse indiciamento será derrubado na Justiça e os dois
companheiros, de conduta política exemplar e injustamente
acusados, têm toda a solidariedade do PT", diz o texto. A nota
reclama ainda que o relatório
transfere aos acusados o ônus
de provar a sua inocência.
"O relatório policial é inconsistente e especulativo e tenta
atribuir ao senador Mercadante e ao companheiro Baccarin o
ônus de provar suas inocências,
sem acusações consistentes."
Depois de 96 dias de investigação, a PF concluiu que o dinheiro para a compra de um
dossiê contra tucanos surgiu de
caixa dois da campanha de
Mercadante ao governo de São
Paulo, o que o senador nega.
Crime eleitoral
A PF indiciou Baccarin, tesoureiro de campanha de Mercadante, com base no artigo
350 do Código Eleitoral: "Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele
devia constar, ou nele inserir
ou fazer inserir declaração falsa
ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais".
Para Mercadante, foi utilizada a lei 11.300, de maio deste
ano, que determina que o candidato "é solidariamente responsável (...) pela veracidade
das informações financeiras e
contábeis de sua campanha".
Lula já se manifestou sobre o
episódio no sábado. Afirmou
ter "absoluta confiança" no senador e acreditar "piamente"
em sua inocência.
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