São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 2006

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MERCADO

Perda seria de R$ 30,9 mi

BB nega prejuízos em operações com doleiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil negou ontem que tenha feito operações irregulares no mercado financeiro com o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, conforme reportagem publicada na revista "Época" deste final de semana. Funaro é apontado pela CPI dos Correios como dono da empresa Guaranhuns, que, por sua vez, seria uma das intermediárias nos pagamentos do "mensalão".
A revista diz que o Banco do Brasil perdeu R$ 30,9 milhões em operações de "swap" cambial feitas com Funaro por meio da corretora São Paulo. O "swap" é uma espécie de seguro que investidores e empresas contratam no mercado para se proteger de uma eventual alta do dólar.
Citando um relatório da CPI dos Correios, a revista "Época" afirma que o Banco do Brasil vendeu esses contratos a Funaro, por meio da corretora, cobrando uma taxa de juros mais baixa do que a praticada no mercado. O doleiro teria conseguido revender esses contratos a outras corretoras em condições mais favoráveis, conseguindo, em 11 operações diferentes feitas em 2003, ganhos de R$ 30,9 milhões.
Funaro entrou para o noticiário por ter fundado em 1999 a Guaranhuns Empreendimentos, por meio da qual, segundo a CPI, Marcos Valério repassou R$ 6,5 milhões para o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PL), que renunciou em 1º de agosto para evitar a cassação.
O Banco do Brasil, por meio de sua assessoria, diz que opera no mercado de "swap" apenas por meio de corretoras e não tem como saber se Funaro realmente estava por trás de alguma das transações feitas com a corretora São Paulo. Ao todo, 25 empresas trabalham com o banco nesse mercado.
Ainda segundo a assessoria, os contratos de "swap" cambial têm pouca liquidez -ou seja, são pouco negociados no mercado- e, por isso, suas taxas podem apresentar grandes oscilações ao longo de um mesmo dia. Isso explicaria a diferença entre o valor pago pelo Banco do Brasil à corretora São Paulo e as taxas conseguidas pela empresa com outros investidores.
O BB afirma que seu controle interno não detectou nenhuma irregularidade nas transações com a a corretora São Paulo, com quem trabalhou entre 2001 e 2004.
De acordo com o banco, no ano de 2003 foram fechadas mais de 20 operações de "swap" envolvendo as duas partes, e elas resultaram em um ajuste positivo de R$ 5,3 milhões para o BB.


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