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MERCADO
Perda seria de R$ 30,9 mi
BB nega prejuízos em operações com doleiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil negou ontem
que tenha feito operações irregulares no mercado financeiro com
o doleiro Lúcio Bolonha Funaro,
conforme reportagem publicada
na revista "Época" deste final de
semana. Funaro é apontado pela
CPI dos Correios como dono da
empresa Guaranhuns, que, por
sua vez, seria uma das intermediárias nos pagamentos do "mensalão".
A revista diz que o Banco do
Brasil perdeu R$ 30,9 milhões em
operações de "swap" cambial feitas com Funaro por meio da corretora São Paulo. O "swap" é uma
espécie de seguro que investidores e empresas contratam no mercado para se proteger de uma
eventual alta do dólar.
Citando um relatório da CPI
dos Correios, a revista "Época"
afirma que o Banco do Brasil vendeu esses contratos a Funaro, por
meio da corretora, cobrando uma
taxa de juros mais baixa do que a
praticada no mercado. O doleiro
teria conseguido revender esses
contratos a outras corretoras em
condições mais favoráveis, conseguindo, em 11 operações diferentes feitas em 2003, ganhos de R$
30,9 milhões.
Funaro entrou para o noticiário
por ter fundado em 1999 a Guaranhuns Empreendimentos, por
meio da qual, segundo a CPI,
Marcos Valério repassou R$ 6,5
milhões para o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PL),
que renunciou em 1º de agosto
para evitar a cassação.
O Banco do Brasil, por meio de
sua assessoria, diz que opera no
mercado de "swap" apenas por
meio de corretoras e não tem como saber se Funaro realmente estava por trás de alguma das transações feitas com a corretora São
Paulo. Ao todo, 25 empresas trabalham com o banco nesse mercado.
Ainda segundo a assessoria, os
contratos de "swap" cambial têm
pouca liquidez -ou seja, são
pouco negociados no mercado-
e, por isso, suas taxas podem
apresentar grandes oscilações ao
longo de um mesmo dia. Isso explicaria a diferença entre o valor
pago pelo Banco do Brasil à corretora São Paulo e as taxas conseguidas pela empresa com outros
investidores.
O BB afirma que seu controle
interno não detectou nenhuma
irregularidade nas transações
com a a corretora São Paulo, com
quem trabalhou entre 2001 e 2004.
De acordo com o banco, no ano
de 2003 foram fechadas mais de
20 operações de "swap" envolvendo as duas partes, e elas resultaram em um ajuste positivo de
R$ 5,3 milhões para o BB.
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