São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

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Para presidente suíço, Brasil é 'fundamental'

especial para a Folha, de Berna

Para o presidente do Conselho Federal da Suíça, Flavio Cotti, as relações entre seu país e o Brasil são "excelentes". Em sua opinião, o Brasil é um país "fundamental" na América Latina.
O presidente do Conselho Federal é a autoridade máxima do Poder Executivo suíço. O cargo é ocupado alternadamente, durante um ano, pelos sete membros do conselho. Cotti também ocupa o cargo de ministro das Relações Exteriores.
Ele receberá hoje o presidente Fernando Henrique Cardoso. Em entrevista exclusiva à Folha, Cotti comentou as relações entre os dois países.

Folha - O que o senhor tem a dizer ao presidente Fernando Henrique Cardoso?
Flavio Cotti -
Já nos conhecemos, pois estive em Brasília em abril do ano passado. A visita do presidente brasileiro é uma honra para nós. Mas não temos nenhum assunto específico a tratar, porque as relações entre os dois países são excelentes. Temos muitos acordos que funcionam, e a Suíça é um dos maiores investidores estrangeiros no Brasil (ocupa o quinto lugar, depois dos EUA, Alemanha, Reino Unido e Japão). Só vamos colocar os assuntos em dia com esse país fundamental na América Latina.
Folha - Os meios econômicos na Suíça estão inquietos com o isolamento do país na Europa. A Suíça não é membro da União Européia e negocia acordos bilaterais com muita dificuldade. É por isso que a América Latina se tornou tão importante?
Cotti -
A Europa é o parceiro comercial mais importante da Suíça. Mas a política estrangeira e comercial da Suíça é global, e não há dúvida que o forte crescimento econômico da América Latina faz com que estejamos muito atentos ao que vem ocorrendo por lá.
Folha - O sr. acha que os países da América Latina podem ser tão frágeis quanto os Tigres Asiáticos?
Cotti -
Não sou nenhum profeta, por isso não posso responder. Anos atrás, ninguém apostaria que isso ocorreria com a Ásia num prazo tão curto. Mas acho que podemos esperar que, graças aos progressos estruturais feitos na região, inclusive no Brasil, a América Latina poderá ser poupada das consequências da crise asiática.



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