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Para presidente suíço, Brasil é 'fundamental'
especial para a Folha, de Berna
Para o presidente do Conselho
Federal da Suíça, Flavio Cotti, as
relações entre seu país e o Brasil
são "excelentes". Em sua opinião,
o Brasil é um país "fundamental"
na América Latina.
O presidente do Conselho Federal é a autoridade máxima do Poder Executivo suíço. O cargo é
ocupado alternadamente, durante
um ano, pelos sete membros do
conselho. Cotti também ocupa o
cargo de ministro das Relações Exteriores.
Ele receberá hoje o presidente
Fernando Henrique Cardoso. Em
entrevista exclusiva à Folha, Cotti
comentou as relações entre os dois
países.
Folha - O que o senhor tem a dizer ao presidente Fernando Henrique Cardoso?
Flavio Cotti - Já nos conhecemos, pois estive em Brasília em
abril do ano passado. A visita do
presidente brasileiro é uma honra
para nós. Mas não temos nenhum
assunto específico a tratar, porque
as relações entre os dois países são
excelentes. Temos muitos acordos
que funcionam, e a Suíça é um dos
maiores investidores estrangeiros
no Brasil (ocupa o quinto lugar,
depois dos EUA, Alemanha, Reino
Unido e Japão). Só vamos colocar
os assuntos em dia com esse país
fundamental na América Latina.
Folha - Os meios econômicos na
Suíça estão inquietos com o isolamento do país na Europa. A Suíça
não é membro da União Européia
e negocia acordos bilaterais com
muita dificuldade. É por isso que a
América Latina se tornou tão importante?
Cotti - A Europa é o parceiro
comercial mais importante da Suíça. Mas a política estrangeira e comercial da Suíça é global, e não há
dúvida que o forte crescimento
econômico da América Latina faz
com que estejamos muito atentos
ao que vem ocorrendo por lá.
Folha - O sr. acha que os países
da América Latina podem ser tão
frágeis quanto os Tigres Asiáticos?
Cotti - Não sou nenhum profeta, por isso não posso responder.
Anos atrás, ninguém apostaria que
isso ocorreria com a Ásia num prazo tão curto. Mas acho que podemos esperar que, graças aos progressos estruturais feitos na região, inclusive no Brasil, a América Latina poderá ser poupada das
consequências da crise asiática.
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