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IMPEACHMENT
Para entidade, 11 fatos ligam Pitta a corrupção, improbidade e uso do cargo em vantagem pessoal
OAB apresenta denúncia à Câmara
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
A Câmara Municipal de São Paulo
recebeu ontem a
denúncia contra o
prefeito Celso Pitta,
que pode implicar a
cassação de seu mandato e o afastamento de vereadores governistas supostamente envolvidos em
venda de votos.
Para embasar a ação, a OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) elencou 11 fatos que supostamente envolvem Pitta em histórias de corrupção, improbidade
administrativa e uso do cargo em
vantagem pessoal.
A denúncia, recebida pelo presidente da Câmara, Armando Mellão (PMDB), deve ser lida hoje
em plenário e encaminhada para
uma comissão especial, constituída por sete vereadores que analisarão a ação.
"Defendemos a apuração das
denúncias e esperamos que isso
seja feito com Pitta fora do cargo.
Se ele for inocente, terá toda a
oportunidade para se defender",
disse o presidente da OAB, Rubens Approbato Machado.
A redação da denúncia foi guiada pelos depoimentos prestados
pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta e pelo filho, Victor, ao Ministério Público Estadual.
Dos 11 argumentos apresentados para afastar Pitta do cargo, 7
são classificados na denúncia
apresentada como "atuais". Outros 4 são os "antecedentes" e, segundo a OAB, "por si suficientes à
perda do mandato do prefeito".
Segundo a entidade, Pitta feriu
o princípio da probidade administrativa, prevista na Lei Orgânica do Município, dez vezes.
Entre os casos citados está a investigação da máfia da propina,
na qual fiscais municipais extorquiam comerciantes em troca da
regularização de projetos urbanos. Nicéa disse que avisou Pitta
da cobrança de propina, mas que
o prefeito não encaminhou suas
denúncias.
Segundo Nicéa, quando foi
aberta a CPI na Câmara para apurar o envolvimento de vereadores
no comando dessas máfias, o prefeito teria comprado votos de parlamentares para barrar o andamento do processo.
O terceiro ponto acrescentado à
denúncia, também envolvendo a
máfia da propina, é o loteamento
das administrações regionais. Segundo Nicéa, Pitta teria concedido a vereadores a possibilidade de
influenciar nas regionais em troca
de apoio político.
Empréstimo
O empréstimo de R$ 800 mil feito pelo empresário Jorge Yunes a
Pitta é tido como suspeito pela
OAB, que levanta a hipótese de a
transferência de dinheiro não ter
ocorrido.
Baseado no depoimento do filho do prefeito, Victor, de que a
história serviu apenas para "justificar a renda (de Pitta) perante a
opinião pública", a OAB questiona a moralidade do empréstimo.
A entidade levanta ainda a
questão da incompatibilidade de
rendas do prefeito, que ganha R$
6.000, com o empréstimo feito
por Yunes, sem previsão de pagamento e juros abaixo do mercado.
"No mundo real essas coisas
não acontecem, mesmo entre
amigos mais íntimos", diz a OAB,
que termina a denúncia pedindo
o empenho dos vereadores e descartando as insinuações de insanidade de Nicéa. "Os fatos aí estão
indeléveis", relata a denúncia.
Entre as testemunhas, o documento da OAB elenca Nicéa Pitta,
os filhos Victor e Roberta, o empresário Yunes e o ex-presidente
da Anhembi Turismo Ricardo
Castello Branco.
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