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BANCO CENTRAL
Fraga faz promessas e "boca-de-urna" pela aprovação
Grossi é aprovada para diretoria do BC
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
Com ofensiva do presidente do
Banco Central, Armínio Fraga, e
colaboração do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Senado aprovou ontem, em votação
secreta, a indicação de Tereza
Cristina Grossi para a diretoria de
Fiscalização do Banco Central.
Foram quase cinco horas de discursos de senadores da oposição
-e alguns do PMDB- protestando contra a indicação, mas o
resultado foi de 45 votos a favor,
27 contra e 3 abstenções. A votação terminou às 20h44.
O presidente do BC telefonou
para líderes governistas reiterando a importância da indicação.
Ele também ligou para pelo menos um senador da base, que
ameaçava votar contra: Ernandes
Amorim (PPB-RO).
Segundo Amorim, Fraga prometeu que o Banco Central vai rever a intervenção no Beron (Banco do Estado de Rondônia) e uma
dívida de R$ 600 milhões da instituição, cobrada "injustamente"
pelo Banco Central.
"O Armínio Fraga vai corrigir,
então vou votar a favor", disse o
senador. "Para o bem-estar do
meu Estado, sou capaz de fazer
qualquer coisa", completou.
O problema de Amorim foi levado a Fraga pelo líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF). "O senador Amorim dizia que o Beron não estava
tendo tratamento correto do Banco Central e eu passei a questão
para o Armínio", admitiu o líder.
Até FHC ajudou para que o governo não perdesse votos a favor
de Tereza Grossi. Ele concordou
com pedido de Arruda para adiar
audiência que concederia ao senador Gilberto Mestrinho
(PMDB-AM) à tarde. O pedido
foi feito para evitar que Mestrinho
deixasse o plenário.
Funcionária de carreira do BC,
Grossi é acusada de ser uma das
responsáveis pelo socorro financeiro aos bancos Marka e FonteCindam, em janeiro de 1999, que
teria causado um prejuízo superior a US$ 1 bilhão aos cofres públicos. A operação foi investigada
pela CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) dos Bancos. Grossi
é acusada em quatro ações encaminhadas à Justiça Federal por sete procuradores da República.
Os líderes governistas só se manifestaram no fim da sessão. O líder Arruda disse que o voto a favor de Tereza Grossi era um "voto
de respeito ao servidor público de
carreira, que não pode pagar o pato por decisões de superiores".
Sérgio Machado (PSDB-CE), líder do PSDB, também isentou Tereza Grossi de qualquer responsabilidade pela ajuda dada pelo
Banco Central aos bancos Marka
e FonteCindam. "Tereza Grossi
não influenciou a decisão", disse.
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