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Justiça liberta diretores da Camargo Corrêa
Além de quatro executivos, decisão beneficia duas secretárias da empreiteira e quatro supostos doleiros presos pela Polícia Federal
Empresa é suspeita de crimes de remessa ilegal de dólares, superfaturamento em obra pública, doação ilegal para partidos e lavagem, diz a PF
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça Federal concedeu
ontem seis habeas corpus beneficiando os dez presos pela
Polícia Federal durante a Operação Castelo de Areia, deflagrada na última quarta-feira.
Foram beneficiados pela decisão da desembargadora Cecília Mello, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, os
diretores da Camargo Corrêa
Pietro Francesco Giavina Bianchi, Fernando Dias Gomes,
Dárcio Brunato e Raggi Badra
Neto, as secretárias da empreiteira Darcy Flores Alvarenga e
Marisa Berti Iaquinto, e os supostos doleiros José Diney Matos, Jadair Fernandes de Almeida, Kurt Paul Pickel e Maristela Sum Doherty.
Até as 13h30 de ontem, eles
ainda permaneciam na carceragem da PF em São Paulo, mas
a previsão era que seriam libertados antes do início da noite.
Segundo Ministério Público
Federal e PF, a empreiteira Camargo Corrêa é suspeita de remessa ilegal de dólares para o
exterior, superfaturamento em
obra pública, doação ilegal para
partidos e lavagem de dinheiro.
A empresa nega as acusações.
Transcrições de escutas telefônicas feitas com autorização
da Justiça apontam que a empreiteira fez doações ilegais a
partidos, segundo a polícia. O
relatório da PF cita PSDB,
DEM, PPS, PSB, PDT, PMDB e
PP, que negam caixa dois. A
Fiesp é apontada na investigação como intermediária das
doações a políticos, mas nega.
Beneficiária de empréstimos
milionários do BNDES, a Camargo Corrêa é parceira do governo federal em algumas das
principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e integra consórcios
responsáveis pela expansão do
metrô e pela construção do Rodoanel, em São Paulo, e pelas
obras do Centro Administrativo de Minas Gerais. A empresa
também detém concessão de
serviços públicos em vários Estados, como administração de
rodovias, transmissão de energia e limpeza urbana.
A Procuradoria decidiu investigar em todo o país as obras
da empreiteira que tenham
apresentado indícios de irregularidade para verificar se os
problemas têm conexão com
supostas doações ilegais.
As obras da Refinaria Nordeste e da usina de Tucuruí, das
quais a empresa participou, serão investigadas sob suspeita
de superfaturamento. Para a
Procuradoria, eventual dinheiro pago a mais pode ter sido
usado em doações irregulares.
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