São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 2002

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PAINEL

A hora da caneta
A cúpula do PMDB, preocupada com a aproximação de setores do partido à candidatura Lula (PT), avisou a FHC que precisará da ajuda do governo para aprovar com segurança a coligação com o PSDB na convenção do dia 15 de junho.

Margem duvidosa
Os dirigentes do PMDB afirmam que o crescimento de Lula e a queda de Serra nas pesquisas podem atrair para o petista pelo menos dez diretórios do partido. Esse grupo, aliado aos que não querem a aliança por conveniências regionais, poderá criar dificuldades na convenção.

Soltar as amarras
A cúpula do PMDB pediu a FHC a renegociação da dívida de Minas -que poderia acalmar Itamar Franco-, investimentos em Estados e cidades controlados pelo partido e liberação dos recursos de órgãos federais ligados à sigla, como os ministérios dos Transportes e da Integração e o DNER.

Lava mais branco
A aliança com Lula, para Orestes Quércia (PMDB), tem um significado pessoal. Acaba sendo uma espécie de resgate público da sua imagem, abalada por dezenas de acusações da época em que governou SP. Muitas delas feitas pelo próprio PT.

Ônus governista
O presidenciável José Serra (PSDB) voltou a reclamar ontem com o Planalto das más notícias na área econômica. O anúncio em dois dias seguidos do desemprego recorde e da queda do PIB no trimestre dificulta sua vida nas pesquisas.

Time descansado
A Câmara não votou nada nesta semana, que termina hoje, em razão do feriado. Na próxima, a pauta estará travada por causa da medida provisória do salário mínimo. Com o início da Copa, prevê-se que dificilmente haverá outras votações significativas neste semestre.

Arrecadação petista
Delúbio Soares, da cúpula nacional do PT, será o tesoureiro da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à sucessão.

Trajetória sindical
Secretário de Finanças e Planejamento do Diretório Nacional do PT, Delúbio foi representante da CUT no Codefat, órgão composto pelo governo e outras ONGs para gerir a aplicação de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Dedo palaciano
Antônio Lavareda deverá assumir a coordenação de pesquisas da campanha de Serra. O sociólogo, que trabalhou para Roseana, também prestará consultoria estratégica. Assim como Nizan, é mais uma contribuição de FHC para o comitê tucano.

Esforço de classes
João Felício, presidente da CUT, procurou Horácio Lafer Piva (Fiesp) para organizar um grupo de pressão pela redução das taxas de juros. O movimento deve contar com o apoio da Associação Comercial.

Denúncia agrária
A Procuradoria da República em SC receberá hoje denúncia de cobrança de propina para liberação de recursos do Banco da Terra do governo federal. Luci Choinacki (PT-SC) diz que agricultores tiveram de pagar R$ 2.000 para conseguir financiamento para compra do lote.

A conferir
Segundo a denúncia a ser entregue ao Ministério Público, os recursos do Banco da Terra em municípios de SC são geridos por integrantes do PPB, partido do governador Esperidião Amin. A liberação seria feita com base em critérios políticos.

Visita à Folha
Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Celso Horta, assessor de comunicação do sindicato.

TIROTEIO

Do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (PSL), sobre as denúncias de que a máfia dos fiscais da Prefeitura de SP continua agindo na gestão da petista Marta Suplicy:
- Enfrentei o mesmo problema, mas agora o PT tenta fugir da sua obrigação de apurar os fatos, ao contrário do que eu fiz.

CONTRAPONTO

Marketing pesado

A equipe de José Serra (PSDB) passou o último fim de semana reunida em um hotel na cidade de Embu das Artes (SP) para discutir detalhes da campanha. Entre os participantes estavam os marqueteiros do tucano, Nizan Guanaes e Nelson Biondi.
Os dois deram uma entrevista coletiva à imprensa no hotel para detalhar a estratégia da comunicação.
Nizan começou logo dizendo que irá explorar supostas "incoerências" do discurso do principal adversário, o PT.
O marqueteiro queria dizer que o PT prega uma coisa, mas cumpre outra. Os jornalistas quiseram saber mais a respeito, pedindo um exemplo de incoerência. Nizan, com evidentes quilos extras, ilustrou:
- Seria o mesmo que eu chegar aqui e falar para vocês sobre a excelência da forma física ou a importância de fazer exercícios. Não teria credibilidade.



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