São Paulo, domingo, 29 de maio de 2005

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Não há nada que me desabone, diz Rodrigues

VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Pivô de uma disputa entre o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), e o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, pela diretoria de Exploração e Produção da estatal, o engenheiro de Minas Djalma Rodrigues, 54, disse que "desafia" qualquer pessoa a apontar falhas em seu currículo que o desabonem para qualquer cargo na área.
Rodrigues virou notícia desde que Severino Cavalcanti indicou seu nome diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para "aquela diretoria que fura poço e acha petróleo".
Em duas ocasiões, Lula prometeu ao presidente da Câmara atender ao pedido, mas, nas últimas semanas, disse a ministros que mudara de idéia diante de argumentos do presidente da Petrobras e da ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia).
Nesta segunda-feira, o assunto volta à pauta, pois Severino disse que insistirá. Leia trechos da entrevista concedida à Folha na última sexta-feira, por telefone:
 

Folha - Como o senhor vê o fato de ter sido alçado ao noticiário graças à polêmica em torno de sua indicação para a diretoria de Exploração e Produção da Petrobras?
Djalma Rodrigues -
Assisto com certa admiração, embora esteja muito tranqüilo, pois mesmo as notícias que não correspondem à verdade não atacam minha moral ou carreira profissional. Porém, acredito que haja uma certa campanha, puxada por um grupo ligado à ala mais partidária do setor, que é contrária à minha indicação.
Nunca tive problemas com a ministra Dilma Rousseff ou com o presidente José Eduardo Dutra, e tenho uma vasta carreira na empresa.

Folha - Qual é a sua ligação com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti?
Rodrigues -
Sou funcionário da Petrobras concursado desde 1976. Fora o fato de o deputado Severino ser do meu Estado, não temos uma ligação profunda. Ele consultou algumas pessoas sobre quem poderia indicar para o cargo, me procurou e eu disse que, se ele pudesse me indicar, eu agradeceria.

Folha - Como é seu relacionamento com a atual direção da Petrobras?
Rodrigues -
O melhor possível, inclusive com o diretor da área de Exploração e Produção, Guilherme Estrella. Me perguntaram se eu queria ser diretor e eu, logicamente, disse que sim. É o ponto culminante da carreira de um funcionário.

Folha - Por que o sr. acha que o deputado Severino disse que gostaria de ter a diretoria que "fura poço e acha petróleo"?
Rodrigues -
Não tenho intimidade com o deputado para saber por que ele falou isso, mas vejo como a forma de alguém que não tem conhecimento técnico da área se expressar.

Folha - A que o sr. atribui o veto do presidente da Petrobras à sua indicação?
Rodrigues -
Não conversamos sobre isso. Não acredito que ele seja contrário à minha possível indicação. Desafio qualquer um a apontar no meu currículo algo que me desabone. As pessoas que falam e escrevem sobre isso, inclusive a imprensa, deveriam saber o que estão dizendo antes de desqualificar quem quer que seja.

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