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Não há nada que me desabone, diz Rodrigues
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Pivô de uma disputa entre
o presidente da Câmara dos
Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), e o presidente
da Petrobras, José Eduardo
Dutra, pela diretoria de Exploração e Produção da estatal, o engenheiro de Minas
Djalma Rodrigues, 54, disse
que "desafia" qualquer pessoa a apontar falhas em seu
currículo que o desabonem
para qualquer cargo na área.
Rodrigues virou notícia
desde que Severino Cavalcanti indicou seu nome diretamente ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para
"aquela diretoria que fura
poço e acha petróleo".
Em duas ocasiões, Lula
prometeu ao presidente da
Câmara atender ao pedido,
mas, nas últimas semanas,
disse a ministros que mudara de idéia diante de argumentos do presidente da Petrobras e da ministra Dilma
Rousseff (Minas e Energia).
Nesta segunda-feira, o assunto volta à pauta, pois Severino disse que insistirá.
Leia trechos da entrevista
concedida à Folha na última
sexta-feira, por telefone:
Folha - Como o senhor vê o
fato de ter sido alçado ao noticiário graças à polêmica em
torno de sua indicação para a
diretoria de Exploração e Produção da Petrobras?
Djalma Rodrigues - Assisto
com certa admiração, embora esteja muito tranqüilo,
pois mesmo as notícias que
não correspondem à verdade não atacam minha moral
ou carreira profissional. Porém, acredito que haja uma
certa campanha, puxada por
um grupo ligado à ala mais
partidária do setor, que é
contrária à minha indicação.
Nunca tive problemas com
a ministra Dilma Rousseff
ou com o presidente José
Eduardo Dutra, e tenho uma
vasta carreira na empresa.
Folha - Qual é a sua ligação
com o presidente da Câmara,
Severino Cavalcanti?
Rodrigues - Sou funcionário da Petrobras concursado
desde 1976. Fora o fato de o
deputado Severino ser do
meu Estado, não temos uma
ligação profunda. Ele consultou algumas pessoas sobre quem poderia indicar
para o cargo, me procurou e
eu disse que, se ele pudesse
me indicar, eu agradeceria.
Folha - Como é seu relacionamento com a atual direção
da Petrobras?
Rodrigues - O melhor possível, inclusive com o diretor
da área de Exploração e Produção, Guilherme Estrella.
Me perguntaram se eu queria ser diretor e eu, logicamente, disse que sim. É o
ponto culminante da carreira de um funcionário.
Folha - Por que o sr. acha
que o deputado Severino disse que gostaria de ter a diretoria que "fura poço e acha
petróleo"?
Rodrigues - Não tenho intimidade com o deputado para saber por que ele falou isso, mas vejo como a forma
de alguém que não tem conhecimento técnico da área
se expressar.
Folha - A que o sr. atribui o
veto do presidente da Petrobras à sua indicação?
Rodrigues - Não conversamos sobre isso. Não acredito
que ele seja contrário à minha possível indicação. Desafio qualquer um a apontar
no meu currículo algo que
me desabone. As pessoas
que falam e escrevem sobre
isso, inclusive a imprensa,
deveriam saber o que estão
dizendo antes de desqualificar quem quer que seja.
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