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Deputado pede
inquérito para investigá-lo
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes de saber da decisão do
procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, de abrir
inquérito contra ele, o presidente do PT, José Dirceu, convocou ontem a imprensa para afirmar que estava pedindo ele
mesmo a investigação. Documento do petista a Brindeiro
foi enviado no início da tarde.
"Venho requisitar imediata
instauração de inquérito policial, para acabar a apuração
dos fatos, única forma de resgatar a verdade, preservando a
honra do requerente e a reputação do Partido dos Trabalhadores", diz o ofício.
Dirceu foi acusado pelo médico João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado de
Santo André, Celso Daniel, de
receber propina de empresários da cidade e utilizá-la em
campanhas do partido.
"Peço que instaure o inquérito para me investigar, ainda
que seja uma acusação caluniosa. Quero deixar claro para a
sociedade que não devo, não
temo. Quero provar minha
inocência", declarou.
Dirceu admitiu a possibilidade de abrir seus sigilos bancário e fiscal para a investigação.
"Não tenho nenhum problema
com meu sigilo fiscal, bancário,
é uma coisa que o Supremo
Tribunal Federal vai analisar."
Grampo
A exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva no dia anterior, o petista despejou uma bateria de
críticas contra a Polícia Federal,
que pediu a escuta de telefones
de autoridades do partido.
"Quero que haja uma devassa na PF. É preciso haver intervenção, substituir o superintendente. Peço ao Supremo, ao
Congresso, que investiguem,
detenham, parem a mão da PF,
que está cometendo crime, que
viola os direitos do cidadão."
O presidente do PT também
apresentou ontem um documento assinado pelo agente da
PF. No documento, cita-se novamente Fernando Tenório
Cavalcanti, a pessoa que teria
denunciado à PF irregularidades praticadas por Lula. O documento, apesar de datado de 4
de abril de 2001, apresenta uma
incongruência de data, ao fazer
referência ao dia "11 do "mês
em curso", em que Cavalcanti
teria comparecido à PF.
O documento foi entregue
pelo ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, a Dirceu. O
petista insinuou que poderia
haver outra investigação em
curso contra Lula. "Há indícios
evidentes de que isso aqui [o
documento" é uma fraude. O
que é preciso investigar é se esses documentos são procedimento instaurado ou encobrimento de outro procedimento
que deve existir na Polícia Federal, nos porões. É gravíssimo", disse.
(FÁBIO ZANINI)
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