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PT SOB SUSPEITA
Klinger Oliveira Souza é investigado por suspeita de extorsão; bloqueio de bens também atinge Ronan Maria Pinto
Juiz bloqueia bens de secretário petista
DA REPORTAGEM LOCAL
O vereador petista Klinger Luiz
de Oliveira Souza, secretário afastado de Serviços Municipais de
Santo André e denunciado por
crime de extorsão, teve seus bens
bloqueados ontem pelo juiz Marcelo Lopes Theodosio, da 3ª Vara
Cível de Santo André.
A decisão em caráter liminar
(provisório) estende-se também
para o empresário Ronan Maria
Pinto e para sua empresa Rotedali, especializada na coleta de lixo e
na manutenção de aterros sanitários da cidade. O advogado de
Klinger poderá recorrer da decisão judicial.
A sentença do juiz, proferida no
final da tarde de ontem, foi uma
resposta ao pedido de promotores da Cidadania de Santo André
que acusaram o secretário afastado de improbidade administrativa (má gestão pública) por ter
usado o cargo para favorecer a
empresa do amigo.
Segundo os promotores, Klinger é o responsável por uma licitação dirigida, no valor total de R$
40.033.200, que visava a contratação de empresa de manutenção
de aterro sanitário pelo prazo de
60 meses.
Como o valor de edital era muito alto, muitas empresas desistiram de participar da concorrência
(o edital exigia um valor de caução de 10% do total do contrato).
Das 30 que demostraram interesse, apenas 2 empresas foram selecionadas (Enterpa e Rotedali).
Após a vitória da Rotedali, Ronan Maria Pinto solicitou à prefeitura a alteração do valor contratual para R$ 315.797,33 por um
ano de serviço, podendo ser prorrogado por 60 meses.
"O valor inicial do contrato era
de mais de R$ 40 milhões para um
prazo de 60 meses. Isso, com certeza, afastou vários interessados.
De repente, após todo o viciado
procedimento licitatório, a administração contratou por R$ 6 milhões e um prazo de 12 meses", informaram os promotores.
Segundo a promotora Camila
Mansour Magalhães da Silveira, o
bloqueio de bens era necessário
diante do alto valor a ser restituído aos cofres públicos.
Como o contrato da Rotedali
com o poder público ainda está
em vigência, os promotores estimam que a prefeitura tenha pago
à empresa cerca de R$ 22 milhões.
A Promotoria solicitou o fim do
contrato e a devolução o pagamento de multa civil de até duas
vezes esse valor.
A Promotoria de Justiça da Cidadania de Santo André, que já
entrou com três ações por improbidade administrativa contra a
prefeitura petista, informou ter
ainda pelo menos outros 50 procedimentos administrativos.
Esses procedimentos são investigações de má gestão pública que
envolvem o poder público.
Segundo a promotora, o assassinato do prefeito Celso Daniel,
em janeiro deste ano, "eclodiu" o
processo de investigação. "Recebemos várias denúncias e informações que ajudaram a completar as investigações", disse Camila.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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