São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / COLIGAÇÕES

Dobradinha do PSDB com o PT só enfrenta resistência em BH

Se a Executiva do PT adotasse o mesmo critério das demais cidades, Aécio e Pimentel poderiam apoiar juntos nome do PSB

O argumento da direção do PT é que nos demais casos em que governo e oposição serão aliados pelo país o partido encabeçaria a chapa

DO PAINEL
EM SÃO PAULO

O dilema que envolve Belo Horizonte, o quarto maior colégio eleitoral do país, onde a dobradinha PT-PSDB não deverá ser oficializada apesar do empenho do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT), não se repete país afora. Mais: nas principais cidades do país, há pelo menos 12 casos em que o PT vai às urnas junto com tucanos, DEM ou PPS.
O mapa das coligações feito pela Folha permanece em aberto já que alguns casos são passíveis de reviravolta até amanhã, prazo final para que os partidos realizem suas convenções municipais. PSDB e PT realizam suas convenções amanhã na capital mineira.
O levantamento mostra que, se a Executiva Nacional do PT adotasse o mesmo critério dos demais municípios, tucanos e petistas poderiam estar lado a lado na chapa encabeçada por Márcio Lacerda (PSB), ex-secretário de Aécio.
O argumento do PT é que, nos 12 casos semelhantes ao da capital mineira -cidades com densidade eleitoral de mais de 200 mil habitantes-, o partido encabeçaria a chapa. Pelas contas dos dois partidos, em números gerais, eles poderão estar juntos em até 200 dos mais de 5.000 municípios -foram 120 em 2004.
As negociações para ter PT e PSDB unidos em Belo Horizonte envolveram até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, com vistas à eleição ao Palácio do Planalto em 2010, na qual Aécio é um dos nomes cotados para concorrer pelo PSDB, o PT vetou. Um dos principais opositores à costura foi o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social).
"A leitura foi exagerada, de que a aliança local tinha interpretação nacional por conta de 2010", disse o prefeito da capital mineira, Fernando Pimentel (PT), um dos principais atores da tentativa de aliança.

Pelo país
Em Sergipe, o governador Marcelo Déda (PT) articulou uma ampla aliança política em Aracaju, com sete dos maiores partidos no Estado, incluindo o PSDB e o PPS. O candidato à reeleição, Edvaldo Nogueira (PC do B), era vice de Déda. Ele enfrentará o grupo do senador Almeida Lima (PMDB).
Fora das capitais, nas grandes cidades, há vários casos similares, como o de Juiz de Fora (MG), de Pelotas (RS) e o de Carapicuíba (SP). Nesta última capital, o PT estará com o DEM, seu oposicionista mais ferrenho no plano federal.
"A cidade avaliou como natural, porque o candidato é presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e apoiou Lula em 2006. As pessoas achariam estranho se ele não estivesse com a gente", diz Sérgio Ribeiro, candidato do PT à prefeitura, que terá como vice o democrata Salim Reis.


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