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Justiça renova prisão
de espião português
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal obteve ontem
a renovação da prisão temporária
decretada pela Justiça Federal de
São Paulo contra o português Tiago Verdial. Contratado pela Kroll,
Verdial foi preso no Rio de Janeiro no último sábado no decorrer
das investigações acerca de espionagem realizada pela empresa a
pedido da Brasil Telecom.
A pedido da PF, o juiz da 5ª Vara
Federal Criminal, Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, renovou a prisão por mais cinco dias
corridos. Ao final do prazo, a PF
não poderá mais renovar a temporária: ou pede a transformação
da temporária em preventiva ou
aceita a libertação de Verdial.
O advogado de Verdial, Roberto
Soares Garcia, denunciou ontem
que há cerceamento de defesa. Ele
não pôde ter acesso às acusações
contra seu cliente. Segundo ele,
recebeu apenas certidão emitida
pelo juiz na qual confirmou a
existência do mandado de prisão.
"Se eu não posso ver os elementos dos autos, não posso avaliar o
fundamento da decisão. O impedimento de acesso aos autos
constitui uma violência. Estou
impedido de questionar essa decisão", disse o advogado, do escritório Carnelós & Garcia, que defendeu o ex-estudante Mateus da
Costa Meira, acusado de uma
chacina no shopping Morumbi,
em São Paulo, em 1999.
"Eu me vejo numa situação que
nem os advogados da ditadura
militar viveram", disse Garcia.
A assessoria do TRF (Tribunal
Regional Federal) alegou que o
advogado pôde olhar "partes do
processo não cobertas pelo sigilo", o que Garcia nega.
(RUBENS VALENTE)
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