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Acesso ficou mais fácil, mas há atrasos
da enviada especial a Brasília
A privatização das teles trouxe
diversos avanços ao setor no país,
mas dois projetos considerados
fundamentais pelo governo ainda
não foram implementados.
Em 1994, havia 800 mil linhas
móveis no país -hoje, são 10 milhões. O preço médio de uma habilitação para celular em São Paulo é de R$ 300, com o aparelho incluído. Antes da privatização, só o
aparelho ultrapassava os R$ 700.
Na área da telefonia fixa, que viveu neste mês o caos da abertura
para mais operadoras nas chamadas DDD, também houve alguns
avanços. No mercado paralelo, a
linha que antes custava R$ 1.000
hoje sai, em média, por R$ 50.
Mas há problemas justamente
com os projetos que o governo
apresentava como ""certificado"
para o sucesso da privatização.
O primeiro é o projeto que cria
o Fust (Fundo de Universalização
das Telecomunicações). O fundo
financiaria a distribuição de telefones em áreas carentes, com menos de cem habitantes, e em áreas
rurais, além de possibilitar a formação de redes informatizadas
em escolas e postos de saúde.
Teria a função de impedir que
esses locais, com pouco atrativo
comercial, fossem negligenciados
pelas empresas. Segundo o IBGE,
o Brasil tem hoje 279 localidades
com até cem habitantes, onde
moram 19,1 milhões de pessoas.
O outro cria o Fundo de Desenvolvimento Tecnológico (Funtel),
para financiar o investimento em
tecnologia nacional no setor.
Os dois fundos prevêem o uso
de verbas públicas e também das
operadoras, que administrariam
os recursos junto com o governo
por meio de um conselho gestor.
Os dois projetos de lei, enviados
pelo Ministério das Comunicações ao Congresso em 97, estão
sendo avaliados pela Comissão de
Ciência, Tecnologia e Comunicações da Câmara dos Deputados.
Ainda precisam passar pelas comissões de Finanças e Orçamento
e de Constituição e Justiça antes
de seguirem para o Senado.
A Anatel nega que haja pressão
das operadoras contra os fundos,
os quais seriam considerados
onerosos para os novos donos das
teles.
Segundo o conselheiro Luiz
Francisco Perrone, a Anatel e o
governo estão se empenhando na
aprovação dos projetos.
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