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ALAGOAS
Heloísa Helena se recusa a gravar apoio para candidato petista ao governo do Estado, que aceitou coligação com o PL
PT veta senadora em propaganda na TV
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
O PT de Alagoas proibiu a aparição da senadora Heloísa Helena
(PT-AL) no horário eleitoral gratuito da TV em que ela fazia propaganda para dois candidatos locais da coligação. O veto do partido é mais um revés para a senadora, que desistiu de sua candidatura ao governo de Alagoas depois
que a direção nacional obrigou o
partido a se coligar com o PL.
O presidente do PT em Maceió e
coordenador-geral da campanha
do partido ao governo estadual,
Ricardo Coelho, disse que as gravações -em que a petista pede
votos a candidatos a deputado estadual e a senador da coligação
que está com o PT- apenas seriam veiculadas caso a senadora
também fizesse campanha para
Judson Cabral, postulante da legenda ao governo.
Ele substitui a própria Heloísa
Helena, que abriu mão da candidatura por não aceitar a imposição. Como Judson faz parte da coligação que engloba o PL, a senadora não admite dar apoio a ele.
"Se fosse para me submeter a
comer a fatia do bolo podre feito
pela elite decadente e cínica do
meu Estado, volto a dizer, eu seria
a candidata", afirmou.
O contratempo mina ainda
mais o palanque de Lula em Alagoas, Estado que o presidenciável
ainda não visitou desde que começou a campanha oficial.
A avaliação é de Coelho, que
afirmou também não aceitar a
presença do PL no palanque de
Lula, apesar de PT e PL estarem
na mesma coligação. Além disso,
o PT já amarga o fato de parte do
PL -que integra sua coligação
em âmbito nacional- trabalhar
em prol de Fernando Collor.
O presidente estadual do partido, deputado federal João Caldas,
classificou na semana retrasada
de "muito fraca" a candidatura de
Cabral. A respeito de o PT não
querer o PL em seu palanque, ele
declarara, em tom irônico, "que
só se divide o que se tem".
Em meio aos ataques disparados contra os liberais, Heloísa Helena chegou a dizer que o PL em
Alagoas é formado por "narcotraficantes e pistoleiros".
A situação levou a uma intervenção do PT nacional para garantir a coligação com o PL, fato
que levou a senadora a retirar-se
da disputa, no começo de julho.
Para o seu lugar foi escolhido o
vereador Judson Cabral. Sem a
mesma densidade eleitoral da senadora, pesquisas locais de intenção de voto apontam o petista como quarto colocado na preferência do eleitorado.
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