São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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ALAGOAS

Heloísa Helena se recusa a gravar apoio para candidato petista ao governo do Estado, que aceitou coligação com o PL

PT veta senadora em propaganda na TV

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

O PT de Alagoas proibiu a aparição da senadora Heloísa Helena (PT-AL) no horário eleitoral gratuito da TV em que ela fazia propaganda para dois candidatos locais da coligação. O veto do partido é mais um revés para a senadora, que desistiu de sua candidatura ao governo de Alagoas depois que a direção nacional obrigou o partido a se coligar com o PL.
O presidente do PT em Maceió e coordenador-geral da campanha do partido ao governo estadual, Ricardo Coelho, disse que as gravações -em que a petista pede votos a candidatos a deputado estadual e a senador da coligação que está com o PT- apenas seriam veiculadas caso a senadora também fizesse campanha para Judson Cabral, postulante da legenda ao governo.
Ele substitui a própria Heloísa Helena, que abriu mão da candidatura por não aceitar a imposição. Como Judson faz parte da coligação que engloba o PL, a senadora não admite dar apoio a ele.
"Se fosse para me submeter a comer a fatia do bolo podre feito pela elite decadente e cínica do meu Estado, volto a dizer, eu seria a candidata", afirmou.
O contratempo mina ainda mais o palanque de Lula em Alagoas, Estado que o presidenciável ainda não visitou desde que começou a campanha oficial.
A avaliação é de Coelho, que afirmou também não aceitar a presença do PL no palanque de Lula, apesar de PT e PL estarem na mesma coligação. Além disso, o PT já amarga o fato de parte do PL -que integra sua coligação em âmbito nacional- trabalhar em prol de Fernando Collor.
O presidente estadual do partido, deputado federal João Caldas, classificou na semana retrasada de "muito fraca" a candidatura de Cabral. A respeito de o PT não querer o PL em seu palanque, ele declarara, em tom irônico, "que só se divide o que se tem".
Em meio aos ataques disparados contra os liberais, Heloísa Helena chegou a dizer que o PL em Alagoas é formado por "narcotraficantes e pistoleiros".
A situação levou a uma intervenção do PT nacional para garantir a coligação com o PL, fato que levou a senadora a retirar-se da disputa, no começo de julho.
Para o seu lugar foi escolhido o vereador Judson Cabral. Sem a mesma densidade eleitoral da senadora, pesquisas locais de intenção de voto apontam o petista como quarto colocado na preferência do eleitorado.


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