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Governadores divergem sobre partilha da Cide
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Unidos no objetivo de tirar mais
dinheiro da União na reforma tributária, os governadores se dividiram na discussão sobre como
será feita a partilha dos 25% da Cide (contribuição cobrada sobre a
venda de combustíveis).
A entrega aos Estados de 25%
do que é arrecadado, cerca de R$
2,5 bilhões ao ano, é um compromisso do presidente Lula.
O tucano Aécio Neves (MG)
apresentou uma sugestão de medida provisória para a partilha da
Cide. Obteve o apoio imediato de
São Paulo, mas despertou a ira de
seus colegas do Norte e Nordeste.
Pela proposta de Aécio, a divisão dos R$ 2,5 bilhões seria feita
proporcionalmente ao consumo
de combustíveis e à extensão da
malha rodoviária de cada Estado.
Ou seja, São Paulo e Minas Gerais
ficariam com a parte do leão.
O tucano Cássio Cunha Lima
(PB) apresentou uma alternativa:
a partilha pelos critérios do Fundo de Participação dos Estados,
que privilegia o Nordeste.
O governo federal, que pensava
em dirigir a aplicação dos recursos, mudou de estratégia: avisou à
comissão paritária Câmara-governadores que estuda mudanças
na reforma que aceitará o que for
acordado entre os Estados.
Uma das hipóteses em discussão na comissão é que 40% sejam
distribuídos pelo consumo, 40%
pela malha viária e 20% de acordo
com o FPE. Cada Estado ficaria
com cerca de R$ 75 milhões.
A aposta do governo é: enquanto os Estados discutem, não se
juntam para exigir concessões.
Outro foco de tensão é a partilha
do fundo para compensar os Estados por perdas da Lei Kandir
(desonerou as exportações).
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