KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, José Genoino, dirá hoje num seminário com prefeitos do partido, em Belo Horizonte, que a sigla deve priorizar na eleição municipal de 2004 alianças com três partidos que os petistas consideram de centro (PL, PTB e PMDB) para ""enfrentar o PSDB e o PFL, o principal bloco adversário do governo" Lula e do petismo. Genoino diz que já negocia com as três legendas.
"A defesa do governo Lula é um ponto inegociável", diz Genoino, ao falar das diretrizes da cúpula petista para seus candidatos a prefeito. O presidente do PT afirma, porém, que o partido evitará "nacionalizar a eleição municipal, como querem o PSDB e o PFL".
Genoino diz que a prioridade será estabelecer "programas de governo locais", mas sem descuidar "da imagem nacional do governo". O presidente do PT vê 2004 como "uma preliminar para 2006", mas que seria "um erro pensar na eleição de 2004 como mero acúmulo de força para a eleição presidencial".
Genoino diz que uma aliança ao centro com outros partidos permitirá ampliar a base de apoio ao governo também nos municípios.
No arco de alianças que pretende montar, Genoino afirma que levará em conta dois critérios. O primeiro, diz, é fazer acordos com as forças que apóiam o governo, com exceção do PP. O segundo ponto: se houver incompatibilidade entre as forças, não obrigar os petistas a fazer acordos.
O presidente do partido diz que a aliança do governo federal com o PP é "pontual". Genoino não diz, mas a Folha apurou que a restrição à aliança com o PP como política geral tem a ver com Paulo Maluf, ex-prefeito paulistano e expoente da sigla em São Paulo.
Daí Genoino não recomendar aos prefeitos a aliança do PT com o PP nos municípios. Só em casos excepcionais. Alianças com "PSDB e PFL também serão exceções", afirma o presidente petista.
O presidente do PT diz que o partido buscará lançar o maior número possível de candidatos na cabeça de chapa. Atualmente, o partido tem 187 prefeituras.
O publicitário Duda Mendonça, que tem a conta do PT, diz que insistirá na sua recomendação de que, na campanha eleitoral, "quem bate perde". Segundo ele, o tom da propaganda eleitoral deve ser "simpático, coloquial e leve". Duda diz que "planejamento" e "relação com a imprensa" devem ser as preocupações dos candidatos.


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