São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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Voto proporcional segue o de prefeito

DA REDAÇÃO

Apesar de pulverizada, a votação para vereador é só aparentemente caótica. Quem sustenta a afirmação são os pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Pesquisa).
Eles distribuíram geograficamente os votos para vereador que concorriam pelas principais coligações que disputaram a prefeitura em 2000 e mostram haver uma lógica partidária na eleição proporcional, a mesma seguida na eleição para prefeito.
A coligação liderada pelo PSDB (PSDB, PTB, PV, PSD, PAN e PRP) obteve a melhor votação para seus candidatos a vereador, se comparada à média alcançada na cidade, em 19 distritos: 29,4% dos votos. Grande parte deles -região centro-oeste- já foi assinalado pelos pesquisadores como um reduto do PSDB. Historicamente, é ali que obtém seus melhores resultados comparativos.
Com pouca variação, o padrão de disputa das principais forças em São Paulo (PT, PSDB, PP e PSB) na eleição majoritária se repete na proporcional (no quadro ao lado, as regiões em que cada coligação têm a melhor performance na eleição para vereador).
Para o cientista político Carlos Ranulfo o desenho partidário gerado pela pesquisa é uma exceção. "Só em São Paulo ou Porto Alegre podemos ver algo assim." No Rio ou em Belo Horizonte, diz ele, as siglas menores elegem mais vereadores com menos influência da eleição para o Executivo.
Além do desenho partidário, outro produto da pesquisa é a distribuição geográfica do voto de cada vereador eleito em 2000 (os mapas estão disponíveis em www.centrodametropole.com.br). Pelos mapas, é possível ver, ao nível de distrito censitário, como e onde cada vereador foi votado e quais candidatos disputaram votos na região.
A informação ganha relevância eleitoral hoje já que na eleição proporcional o cultivo de um "reduto" costuma ser valorizado (e a maioria dos atuais vereadores são candidatos à reeleição). Para Argelina Figueiredo, coordenadora do estudo CEM/ Cebrap, a análise dos mapas mostra que a estratégia territorialmente concentrada nem sempre é usada. "Alguns vereadores tem votações bem mais concentradas do que outros."


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