DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Menos de uma semana após ter usado a imagem de Lula em seu programa eleitoral de TV, o governador tucano Lúcio Alcântara (CE) se reuniu ontem com o petista e deixou o Palácio do Planalto sugerindo que o presidente é bom puxador de votos.
Disse também que seu principal concorrente, Cid Gomes (PSB), busca "monopolizar" a imagem do presidente. O encontro era para negociar recursos para o terminal portuário do Pecém, segundo o tucano e o governo. Mas, como pano de fundo, teve as atenções voltadas ao fato de o governador ter usado Lula nos programas.
Lúcio procurou se mostrar solidário à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). "Sou do PSDB, o candidato do PSDB é o governador Geraldo Alckmin, e eu apóio o governador." Na última pesquisa Datafolha sobre a disputa, foi apontado crescimento de 15 pontos de Cid Gomes, que assumiu a liderança com 50% das intenções de voto, contra 37% de Alcântara. Cid Gomes faz campanha com o apoio de Lula e do PT. "Tenho que estar atento à legislação eleitoral", salientou.

"Fiscais" de Alckmin
Após semana turbulenta devido à falta de apoio nos Estados, os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Heráclito Fortes (PFL-PI), coordenadores da campanha de Alckmin, iniciaram jornada pelo Nordeste para "fiscalizar" os aliados e cobrar ajuda a prefeitos e líderes regionais que se esquivam de pedir voto ao tucano.
Além de pedir apoio, Guerra e Heráclito também farão espécie de vistoria na distribuição de material e no funcionamento de comitês regionais. "Estamos conversando, em todo canto, há muita chance de crescer", afirmou Guerra, autorizado pela direção do PSDB a cobrar apoio dos diretórios sob pena de retaliação.
A agenda de viagens dos senadores inclui cinco destinos nesta semana, selecionados com base no fraco desempenho nas pesquisas e na rivalidade local entre tucanos e pefelistas. O roteiro começou ontem no Maranhão e segue para Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco e Bahia. (SILVIO NAVARRO, EDUARDO SCOLESE e PEDRO DIAS LEITE)

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