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QUESTÃO AGRÁRIA
Polícia quer evitar risco de conflitos em acampamentos e fazendas
PM prepara desarmamento em SP
da Agência Folha,
A Polícia Militar estuda fazer
uma operação desarmamento em
acampamentos de sem-terra e fazendas, caso continue o clima de
tensão na região de Panorama, na
divisa de São Paulo com o Mato
Grosso do Sul.
O comando da PM se reuniu na
semana passada com acampados
do Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra) e com donos
de fazendas já invadidas ou ameaçadas de invasão.
O objetivo do encontro foi ""desarmar os espíritos", já que existem acusações e ameaças de ambos os lados.
Um acampamento com mais de
900 famílias, a 10 km de Panorama, tem sido constantemente alvejado por tiros disparados, segundo o movimento, por seguranças a cavalo ligados à UDR
(União Democrática Ruralista).
A presidente da entidade no
Pontal do Paranapanema, Tânia
Tenório de Faria, nega envolvimento nos conflitos.
O último tiroteio aconteceu anteontem de madrugada. Disparos
acertaram móveis de barracos,
mas ninguém se feriu.
No início de julho, um policial
militar e um acampado foram baleados por homens encapuzados.
A idéia de uma operação desarmamento, aventada como ""medida extrema", tem apoio do Mast,
mas é rechaçada pela UDR.
A dirigente ruralista disse que
desarmar fazendeiros com armas
registradas ""só vai facilitar a ação
dos invasores".
""Os fazendeiros se sentem forçados a se defender diante da inoperância do governo", afirmou.
Para ela, a solução definitiva seria o governo aprovar proposta
dos ruralistas de proibir vistoria
de terras invadidas por um período de cinco anos.
Rodrigo Seabra, assessor do
Mast, disse apoiar a operação desarmamento, mas afirmou duvidar que a polícia encontre armas
com seguranças de fazendas.
MG
Em Minas Gerais, o presidente
da Faemg (Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais),
Gilman Viana, pediu ao governador Itamar Franco (PMDB-MG)
que determine à polícia que cumpra as ordens de reintegração de
posse emitidas pela Justiça no Estado.
Viana disse que a situação está
ficando ""cada vez mais tensa no
Triângulo Mineiro", com risco de
conflitos.
Na semana passada, na fazenda
Tangará, em Uberlândia, invadida pelo MLST, seguranças de fazendeiros da região bloquearam
as estradas que dão acesso à fazenda. Os sem-terra ligados ao
MLST ameaçaram resistir, mas o
clima de confronto foi interrompido com a chegada de 70 homens da Polícia Militar.
A fazenda, de propriedade da
Companhia de Integração Florestal, já foi vistoriada pelo Incra neste mês, mas o laudo ainda não foi
emitido.
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