São Paulo, segunda, 29 de setembro de 1997.



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Painel


Apagando incêndio
Vindo do exterior, Antônio Lavareda, o mago das pesquisas eleitorais de FHC, desembarca hoje em Brasília. Motivo da urgência: até a véspera do anúncio, os caciques tucanos não acreditavam na candidatura Ciro.

Trauma eleitoral
Para os tucanos otimistas, a candidatura Ciro teve o mérito de chacoalhar o PSDB e seus cardeais, que já estavam deitados no berço esplêndido da reeleição -ou, como em 1985, sentados na cadeira antes do tempo.

No limite
O governo espera até 15 de outubro para estabelecer o que será ou não votado pelo Congresso ainda este ano. Se as reformas não passarem já, o Planalto pode convocar congressistas para um esforço concentrado em março.

Decisão difícil
Como as reformas pendentes -previdenciária e administrativa- são polêmicas, há no governo quem defenda que se adie sua votação para após e eleição.

Faz de conta
FHC espera até o dia 15 por um sinal de que o PMDB pretende apoiá-lo na eleição. Como a decisão formal só sai após a convenção partidária, o gesto pode vir por meio de uma reunião dos governadores peemedebistas.

Campanha silenciosa
Em 97, Ciro Gomes fez 36 palestras pagas em vários Estados. E deve fazer mais uma dezena até dezembro. É uma "caravana da cidadania" de Lula, mas só entre formadores de opinião.

Recado de cima
Carta da direção nacional do PSDB chega hoje aos rivais capixabas Paulo Hartung e José Ignácio dizendo que o partido terá candidato ao governo do Espírito Santo e que ele deverá ser o mais bem colocado na pesquisa.

Resposta das bases
O que vai selar o destino de Paulo Hartung (o favorito nas pesquisas) é uma reunião de prefeitos tucanos, hoje em Vitória. Se ela referendar a carta da direção nacional, ele fica no PSDB. Caso contrário, deve sair.

Não perde tempo
Recém-saído do PMDB para o PFL, Luiz Carlos Santos articula para que o PPB declare apoio a FHC antes dos peemedebistas. Os pepebistas aumentariam sua fatia de poder federal e o PFL apoiaria Maluf em São Paulo.

Missão impossível
Pré-candidato a governador pelo PFL paulista, Romeu Tuma reúne-se quarta com Paulo Lima, filho de Agripino Lima -o outro pré-candidato. Tentam impedir o apoio do PFL a Maluf.

De encomenda
Desgastados governadores tucanos começaram uma romaria a Brasília para mostrar a FHC pesquisas em que aparecem se recuperando. Tentam o apoio presidencial à sua reeleição.


Minimizando o desastre
A direção nacional do PSDB vai tentar assegurar que a ala minoritária (do ex-governador José Richa) do partido no Paraná tenha um número proporcional de candidatos a deputado. E não seja varrida por Álvaro Dias.

Amarelou na hora h
Convidado por Arraes, o senador Carlos Wilson (PE) desistiu de se filiar ao PSB. "Pareceria oportunismo, que eu ia só para ser candidato', justifica. Vai tentar o governo pelo PSDB.

FHC sabe disso

Aliados fortes nos Estados serão uma poderosa arma para os presidenciáveis. Às segundas, quartas e sextas, o horário gratuito de TV vai ser dos candidatos aos governos e ao Senado.

A vida como ela é
Presidente do PFL-SP, Cláudio Lembo explica a razão de Maluf (PPB) ter sido o mais aplaudido no almoço de filiação de Luiz Carlos Santos ao partido: "É um líder conservador, e não somos exatamente revolucionários".

Diferenças culinárias
Nas três últimas semanas, têm sido frequentes os almoços e jantares de FHC com Pimenta da Veiga para tratar do PSDB e da eleição. Não é exatamente o molho preferido que Serjão gostaria de ver à mesa do presidente.

E-mail:±painel@uol.com.br TIROTEIO
Do secretário-geral do PSDB, Artur Virgílio, sobre a ida de Ciro Gomes (ex-PSDB) para o PPS:
- As esquerdas ortodoxas atacam o Ciro justamente pelo que ele tem de lucidez: a defesa das reformas. Só lamento que ele tenha deixado o único partido capaz de implementá-las.

CONTRAPONTO
Semelhança inconveniente


Na quarta passada, deputados da oposição lamentavam o fato de a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara ter absolvido o deputado Chicão Brígido (PMDB-AC), que confessou ter alugado o mandato à suplente. Marcelo Déda (PT-SE) estava zanzando no Salão Verde da Câmara quando foi abordado por um grupo de jornalistas. Membro titular da CCJ, Déda era indagado sobre os motivos que levaram Chicão a ser absolvido.
Enquanto conversava com os jornalistas, uma equipe de TV começou a filmá-lo, sem dizer a razão da filmagem.
Déda começou a ficar incomodado com aquilo. O cinegrafista fez uma longa filmagem do deputado.
Um jornalista brincou, dizendo que, no dia seguinte, os telejornais iriam dar destaque negativo à absolvição:
- Moreno e de bigode, você está parecido com o Chicão.
- Só me faltava essa agora -arrematou Déda.



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