ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Os candidatos à Prefeitura de Maceió (AL) Paulo Fernandes dos Santos (PT) e José Thomaz Nonô (PFL) estão buscando se aproveitar de uma denúncia contra Régis Cavalcante (PPS), segundo colocado na última pesquisa Datafolha, para chegar ao segundo turno da eleição. Cavalcante está sendo acusado de tentativa de extorsão contra um usineiro.
A prefeita Kátia Born lidera com 34% das intenções de voto, segundo o Datafolha, seguida de Cavalcante com 19% em empate técnico com o candidato petista, conhecido como Paulão, que tem 13%. Com 12%, o pefelista afirmou que vai "atropelar" e chegar ao segundo turno.
As denúncias contra o candidato do PPS aconteceram há seis dias, portanto, após a realização da pesquisa divulgada no último domingo.
O candidato a prefeito pelo PL, deputado João Caldas, que tem 2%, apresentou uma gravação em fita cassete na qual uma voz, que é supostamente de Cavalcante, cobra R$ 50 mil de um usineiro para que não o denuncie por crime ambiental.
"Gravei a extorsão do Régis Cavalcante por orientação do usineiro Roberto Lyra, que não aceitava a situação. A gravação foi feita no aeroporto de Brasília, em 98, e é uma conversa minha -como intermediário do usineiro- com o candidato do PPS", afirmou Caldas. O teor da fita foi exposto no horário eleitoral na TV, e o material foi editado, ou seja, partes foram cortadas.
Ontem, Cavalcante apresentou um laudo da Polícia Federal feito na fita de vídeo do programa do PL. O laudo concluiu que houve "montagem" na fita de vídeo.
Caldas recebeu recursos do usineiro Roberto Lyra para se eleger deputado federal. Ele estava na coligação que elegeu Ronaldo Lessa (PSB) governador de Alagoas. O usineiro disse que falará sobre o caso hoje, mas não negou as informações de Caldas.
"O importante no caso é que a perícia não foi feita na fita cassete, que contém a extorsão. Isso mostra que Cavalcante é uma decepção, porque usa os mesmos métodos dos velhos políticos", afirmou Nonô. O petista Paulão declarou que Cavalcante não apresentou uma justificativa convincente para o caso e deveria renunciar à candidatura.
"O que há de mais importante em um homem é a honra, o que, no caso do candidato do PPS, está abalada", afirmou Paulão.
Cavalcante negou as acusações e afirmou que está sendo vítima de uma manipulação eleitoral (leia texto ao lado).

Tropas federais
O Exército começa a deslocar hoje de Maceió e Pernambuco cerca de mil homens que darão proteção à realização das eleições em 13 municípios de Alagoas.
A Polícia Militar iniciou ontem o deslocamento de 2.700 homens para o interior do Estado.


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