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FOME SOCIAL
Governo tenta convencer governadores a contribuir para Bolsa-Família
Estados evitam ampliar os gastos
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo não está conseguindo convencer os Estados a contribuírem com verbas extras para o
Bolsa-Família, que resultará da
unificação dos projetos federais
de transferência de renda.
Luiz Inácio Lula da Silva se reúne amanhã com os 27 governadores para definir o formato da unificação e o máximo que deve ouvir é a disposição de direcionamento para o Bolsa-Família de
programas complementares.
Os coordenadores do processo
de unificação, a socióloga Ana
Fonseca e o secretário-executivo
do Ministério da Assistência e
Promoção Social, Ricardo
Henriques, passaram os últimos
dias em conversas preparatórias
com os técnicos dos Estados.
Algumas propostas foram apresentadas aos Estados. A primeira
é a de que os governadores colaborem para o aumento do número de famílias assistidas. A segunda é a de que os Estados complementem o valor do repasse.
As opções representam, em tese, gastos extras. "Recurso novo
por parte do Estado é difícil, podemos cooperar de outras formas", disse Lúcio Alcântara
(PSDB-CE). "Isso não é nem inteligente pelo seguinte: estamos enviando amanhã [hoje] o Orçamento para a Assembléia, então
não sei como isso pode ser feito",
reforçou Paulo Souto (PFL-BA).
Opinião semelhante tem o secretário de Desenvolvimento Social e Esportes de Minas Gerais,
João Leite, que também é presidente do Fórum Nacional de Secretários de Assistência Social.
Ele diz que o Estado, governado
pelo tucano Aécio Neves, vai levar
à reunião uma série de projetos
estaduais já existentes que serviriam de complementação ao Bolsa-Família, pois criariam condições de emancipação da família
após os dois anos previstos.
Além da questão social, os governadores vão aproveitar para
levar a Lula as reivindicações em
relação à reforma tributária que
inicia esta semana sua tramitação
no Senado. A tendência é de que a
disputa federativa em torno da divisão dos tributos seja a tônica.
Antes da reunião com o presidente, porém, hoje, em Porto Velho (RO), os governadores do
PSDB se reúnem para tentar diminuir as divergências do grupo
na reforma tributária.
"A reunião é para afinar a viola", disse ontem o governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin, ao
chegar a Porto Velho.
Colaborou KAMILA FERNANDES, da
Agência Folha, em Porto Velho
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