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São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003

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FOME SOCIAL

Governo tenta convencer governadores a contribuir para Bolsa-Família

Estados evitam ampliar os gastos

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo não está conseguindo convencer os Estados a contribuírem com verbas extras para o Bolsa-Família, que resultará da unificação dos projetos federais de transferência de renda.
Luiz Inácio Lula da Silva se reúne amanhã com os 27 governadores para definir o formato da unificação e o máximo que deve ouvir é a disposição de direcionamento para o Bolsa-Família de programas complementares.
Os coordenadores do processo de unificação, a socióloga Ana Fonseca e o secretário-executivo do Ministério da Assistência e Promoção Social, Ricardo Henriques, passaram os últimos dias em conversas preparatórias com os técnicos dos Estados.
Algumas propostas foram apresentadas aos Estados. A primeira é a de que os governadores colaborem para o aumento do número de famílias assistidas. A segunda é a de que os Estados complementem o valor do repasse.
As opções representam, em tese, gastos extras. "Recurso novo por parte do Estado é difícil, podemos cooperar de outras formas", disse Lúcio Alcântara (PSDB-CE). "Isso não é nem inteligente pelo seguinte: estamos enviando amanhã [hoje] o Orçamento para a Assembléia, então não sei como isso pode ser feito", reforçou Paulo Souto (PFL-BA).
Opinião semelhante tem o secretário de Desenvolvimento Social e Esportes de Minas Gerais, João Leite, que também é presidente do Fórum Nacional de Secretários de Assistência Social.
Ele diz que o Estado, governado pelo tucano Aécio Neves, vai levar à reunião uma série de projetos estaduais já existentes que serviriam de complementação ao Bolsa-Família, pois criariam condições de emancipação da família após os dois anos previstos.
Além da questão social, os governadores vão aproveitar para levar a Lula as reivindicações em relação à reforma tributária que inicia esta semana sua tramitação no Senado. A tendência é de que a disputa federativa em torno da divisão dos tributos seja a tônica.
Antes da reunião com o presidente, porém, hoje, em Porto Velho (RO), os governadores do PSDB se reúnem para tentar diminuir as divergências do grupo na reforma tributária.
"A reunião é para afinar a viola", disse ontem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao chegar a Porto Velho.


Colaborou KAMILA FERNANDES, da Agência Folha, em Porto Velho


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