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Foco
Na ABL, presidente critica as editoras por não terem reduzido o preço dos livros
Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
![](../images/n2909200701.jpg) |
Lula com o presidente da ABL, Marcos Vilaça, embaixo do busto de Machado de Assis |
DA SUCURSAL DO RIO
Na mais famosa casa literária do país, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva criticou
as editoras. Na celebração dos
110 anos da Academia Brasileira de Letras, no Rio, ele lamentou não ver cumprido o
principal objetivo da Lei do
Livro, projeto do acadêmico e
senador José Sarney (PMDB-AP) que sancionou em 2003.
"Quando nós desoneramos
[de impostos] os livros, imaginávamos que ia cair o preço
do livro. Não caiu, porque certamente aumentou o lucro
das editoras. Mas, Sarney, vamos aprimorá-la para atingir
os objetivos da própria lei",
disse, dirigindo-se a Sarney.
A afirmação foi feita na metade improvisada do discurso,
na qual ele citou investimentos em educação e anunciou a
realização em 2008 de uma
olimpíada de português, similar à de matemática, da qual
alunos de escolas públicas
participam desde 2005.
"Vamos colher num futuro
bem próximo o sonho dos que
freqüentam esta Academia:
fazer o povo brasileiro ler um
pouco mais", disse Lula, que,
mesmo lendo um discurso
por dez minutos, cometeu a
gafe de chamar a ABL de "Associação Brasileira de Letras". Citando os nordestinos
na ABL, como Sarney e o presidente da casa, Marcos Vilaça, ele disse não conceber que
a região tenha "ficado tão esquecida por cinco séculos".
"Já é dado de barato que o
Nordeste nasceu para ser pobre e que a Amazônia nasceu
para ser pobre. Precisamos
revolucionar primeiro as nossas cabeças, depois as nossas
tomadas de decisões em forma de políticas públicas para
tornar o Brasil mais justo."
Lula chegou à ABL às 18h
acompanhado do governador
do Rio, Sérgio Cabral, e dos
ministros Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência,
e Márcio Fortes, das Cidades.
Foi aplaudido de pé pelos acadêmicos e, depois, louvado
nos discursos de Vilaça e Sarney -escolhido para orador
da cerimônia por ser o decano
da casa, eleito há 27 anos.
"O Brasil de hoje, sob seu
governo, vive um momento
de paz social, de respeito
mundial, de diminuição da
miséria, de queda do desemprego e, sobretudo, o orgulho
de sua bela biografia", discursou Sarney, que ressaltou que
Lula chegou à Academia como presidente e não como
um "personagem nas páginas
de Rachel de Queiroz, José
Lins do Rêgo, Jorge Amado e
Graciliano Ramos". Na cerimônia foram entregues medalhas aos presidentes da
Confederação Nacional do
Comércio, Antonio de Oliveira Santos, da Fundação Roberto Marinho, José Roberto
Marinho, e da Fundação Bradesco, Lázaro Brandão.
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