São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2007

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Na ABL, presidente critica as editoras por não terem reduzido o preço dos livros

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Lula com o presidente da ABL, Marcos Vilaça, embaixo do busto de Machado de Assis


DA SUCURSAL DO RIO

Na mais famosa casa literária do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as editoras. Na celebração dos 110 anos da Academia Brasileira de Letras, no Rio, ele lamentou não ver cumprido o principal objetivo da Lei do Livro, projeto do acadêmico e senador José Sarney (PMDB-AP) que sancionou em 2003.
"Quando nós desoneramos [de impostos] os livros, imaginávamos que ia cair o preço do livro. Não caiu, porque certamente aumentou o lucro das editoras. Mas, Sarney, vamos aprimorá-la para atingir os objetivos da própria lei", disse, dirigindo-se a Sarney.
A afirmação foi feita na metade improvisada do discurso, na qual ele citou investimentos em educação e anunciou a realização em 2008 de uma olimpíada de português, similar à de matemática, da qual alunos de escolas públicas participam desde 2005.
"Vamos colher num futuro bem próximo o sonho dos que freqüentam esta Academia: fazer o povo brasileiro ler um pouco mais", disse Lula, que, mesmo lendo um discurso por dez minutos, cometeu a gafe de chamar a ABL de "Associação Brasileira de Letras". Citando os nordestinos na ABL, como Sarney e o presidente da casa, Marcos Vilaça, ele disse não conceber que a região tenha "ficado tão esquecida por cinco séculos".
"Já é dado de barato que o Nordeste nasceu para ser pobre e que a Amazônia nasceu para ser pobre. Precisamos revolucionar primeiro as nossas cabeças, depois as nossas tomadas de decisões em forma de políticas públicas para tornar o Brasil mais justo."
Lula chegou à ABL às 18h acompanhado do governador do Rio, Sérgio Cabral, e dos ministros Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, e Márcio Fortes, das Cidades. Foi aplaudido de pé pelos acadêmicos e, depois, louvado nos discursos de Vilaça e Sarney -escolhido para orador da cerimônia por ser o decano da casa, eleito há 27 anos.
"O Brasil de hoje, sob seu governo, vive um momento de paz social, de respeito mundial, de diminuição da miséria, de queda do desemprego e, sobretudo, o orgulho de sua bela biografia", discursou Sarney, que ressaltou que Lula chegou à Academia como presidente e não como um "personagem nas páginas de Rachel de Queiroz, José Lins do Rêgo, Jorge Amado e Graciliano Ramos". Na cerimônia foram entregues medalhas aos presidentes da Confederação Nacional do Comércio, Antonio de Oliveira Santos, da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, e da Fundação Bradesco, Lázaro Brandão.


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